Tenho uma amiga que andou a blogar (o que é blogar? “a palavra não foi encontrada”) por outras freguesias. Só que em vez de versão escrita foi falada, sentida, vivida, comida, desabrochada e vamos parar por aqui. Em resumo a minha amiga esteve de férias em Cabo Verde, apanhou sol e uma bactéria na ilha da Boavista, deixou um pratinho de massa à entrada do aeroporto, quentinho, acabado de sair do estômago… se correrem ainda lá deve estar. Também esteve na maratona de como-gastar-dinheiro-a-fazer-coisa-nenhuma e ganhou. Conseguiu pagar uma viagem inteirinha sem subsídio e conseguiu gastar o subsídio em duas semanas de Lisboa, trabalho e casa. Há coisas fantásticas, não há? A minha amiga desaparecida tem preferido amêijoas na praia ao fim da tarde a palavras na Internet. Tem preferido estar com os amigos a falar deles num blogue manhoso. Um almoço a três em vez de almoços regulares no restaurante aqui ao lado. Um fim de semana em frente a um seio de Clara Pinto Correira em vez de fins de semana em frente a uma televisão de doze polegadas sem direito a ser chamada de LCD. Quarenta horas em Serralves, tardes no terraço mais secreto de Lisboa, e muito trabalho para suportar esta vidinha… mais ou menos (como diria Nitinha). Este fim de semana um casamento… há pessoas que se metem nessas coisas. Este Verão muitos bebés… também há pessoas que se metem nestas coisas e depois não conseguem sair. E eu a passar de fininho a ver se saio ilesa…
Pode ser que a vida acalme, se torne desinteressante e eu volte a escrever... mais vezes.