quinta-feira, janeiro 29, 2009

Tenho uma amiga que adora a série Foi assim que Aconteceu. Ou How I met your mother para ser mais internacional. O melhor é o Barney, tarado sexual, alérgico a relações que a certa altura se apaixona pela Robin. Fala com a Lily, amiga comum, e diz-lhe que apanhou uma doença de sentimentos. Foi para a cama com a Robin e até usou preservativo mas apanhou a doença na mesma. Doença de sentimentos. A melhor definição para aquilo que na maior parte das vezes não é muito diferente de uma doença. O diálogo que se seguiu foi igualmente brilhante. Mais ou menos isto:

Lily: Mas quando pensas nela o que é que te passa pela cabeça?
Barney: Quero estar sempre com ela, perguntar como lhe correu o dia, dar beijos, saber a cor preferida, estar sempre com ela...
Lily: queres ser namorado dela.
Barney: (com ar de nojo) Não!!! Que horror!! Isso nunca, isso é horrível.

E é por estas e outras que se aconselha o visionamento.

Foi assim que aconteceu...

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Tenho uma amiga que fez a maior declaração de amor de sempre. Foi qualquer coisa como "Se pudesse transformar o teu esperma em pó punha-o na minha bomba da asma e aspirava-o". Se isto não é amor não sei o que será.

quinta-feira, janeiro 22, 2009



Tenho uma amiga que quer papar a Penelope. Quer que ela a queira matar com uma pistola. Quer ter uma relação a três mas só em fantasia. Não quer ter talento, quer ser um génio. Como Woody Allen e Penelope Cruz em Vicky Cristina Barcelona. A ver. Mais do que uma vez.

terça-feira, janeiro 13, 2009

Tenho uma amiga que hoje entrou na Fnac decidida a comprar um destes:





Mas em roxo. E havia de todas as cores menos em roxo. E, ou era mesmo o roxo ou esta amiga só quer o que já esgotou. Ou então é um sinal a dizer baixinho: não compres já... porque prometeste deixar o AMEX em paz...

Que tenha um bom descanso que ela vai continuar a cantar na rua para mal dos pecados de quem passa...

Tenho uma amiga que foi hoje à comemoração dos 30 anos dos Xutos e Pontapés. Ela tem apenas mais um. Uma banda que apareceu no final dos anos 70 de atitude punk mas que esteve para se chamar Beijinhos e Parabéns, um nome pouco punk e muito fofinho, de banda de salão de baile. Um concerto com 7 canções, ou qualquer coisa assim, aberto a amigos da banda. Os Xutos têm muitos amigos, daqueles que gostam mais de croquetes do que das músicas deles. Mas a gritar ou apenas a ouvir de olhos fechados estavam os Moonspell, Sérgio Godinho, Jorge Romão dos GNR, Francisco Louçã, Da Weasel... todos estes e outros do lado de cá do palco. Foi bonito de se ver. Até a velha guarda da rádio saiu da toca dos anos que já pesam. Mas como a amiga gosta mais de música do que de croquete e nem podia usufruir do bar aberto porque amanhã é dia de S. trabalhar bem cedo, foi para casa com vontade de ouvir o sémen outra vez. Ouvir, porque nos dias que correm é a única relação que tem com essa cena viscosa. Também passou pelos Contentores adeus aos meus amores que me vou para outro mundo. Não vou. Não vai. Fica por aqui mesmo. Aqui, Xutos e Pontapés!
Beijinhos e Parabéns...

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Tenho uma amiga que hoje teve uma boa notícia. E 2009 segue como se nada tivesse sido. Porque nada foi. E foi melhor assim. Tenho uma amiga que às vezes é bruta na entoação daquilo que diz, nas coisas que escreve. Mas que tem uma coisa a dizer em lume brando. Se tivesse que ser, teria sido contigo. E ao contrário do que disse, seria esse o ponto positivo da situação. Talvez um dia passes por aqui...


Tenho uma amiga que hoje passou umas horas com Ivan Lins. Um senhor que se habituou a ouvir lá por casa sem prestar atenção. Tem uma ideia que não é tão vaga quanto isso de ter parado para ouvir Começar de Novo e Lembra de mim. Depois esqueceu-se de fazer tocar no leitor o CD que se perdeu. Hoje lembrou-se. Ivan Lins é mais alto e mais velho do que ela pensava. Tem mau aspecto. Parece um taxista desleixado acabado de sair da cama. Daqueles que não falam e deixam o carro a cheirar mal. Não havia cheiro no estúdio e ele cantou. O taxista passou a galã de noites de casino ao piano mas em bom. Bilhete. Com um António que desconhecia até hoje, português do fado. E ela lembrou-se. Enquanto ouvia a letra de Bilhete lembrou-se de um tempo que passou. Seria o bilhete não enviado e reclamado há algum tempo atrás. Seria mais ou menos este bilhete. Com algumas adendas. Que tinha feito aquele amor de olhos sempre fechados como manda o regulamento. Mas que um dia os abriu. Para, por alguns momentos, deixar de sentir o ser amado e ver o ser humano. E não gostou do que viu. Tentou fechá-los outra vez mas a imagem da pessoa estava gravada na cabeça já de olhos fechados. Daquela vez não foi a vida que matou o amor. Foi o que ele fez com a vida dele e a dela. Dizem agora que ela está melhor sem ele. Está de riso fácil e movimentos soltos. E está. E estas seriam as palavras cobradas que nunca chegaram a ser ditas. Seguem agora num pequeno Bilhete.

Eu limpei minha vida,
te tirei do meu corpo
Te tirei das entranhas
Fiz um tipo de aborto
E por fim nosso caso acabou,
está morto


domingo, janeiro 04, 2009

Tenho uma amiga que não escreve há um mês. Porque no último mês do ano não se quis precipitar nas palavras. Porque esteve calada a ver o que acontecia. E o que aconteceu. Foi um bom ano para a amiga. Foi o ano dela. Ficou mais leve de peso exterior, mais pesada na balança. Fez coisas que um dia jurou nunca fazer. Tentou tirar a carta. Teve três empregos. Passou o Verão a dormir com a Vera. Deu para trás, andou para a frente. Teve mel no rabo, como disse alguém. Sentiu-se a maior, sentiu a falta, sentiu-se mal, pressentiu o pior. Foi cabra insensível em voz alta e uma bambi lamentável de voz baixa, quase em silêncio. Encarou os factos. Tomou decisões. Planeou passar o Inverno sozinha. Passou o Inverno sozinha. Com os amigos, com o dvd, de manta nos joelhos e nada a dizer. E nada disse e nada ouviu, ao fim do dia. Ao fim de um dia de ruído, desligou o barulho até ao dia seguinte. Apaixonou-se. Manteve um amor à distância. Percebeu que não era capaz de manter um amor à distância. Manteve-o na mesma. Porque é daqueles amores cheios de certeza que podem acabar daqui a cinco minutos. Se está perto é certeza. Se está longe é de certeza o fim. Mas o fim ainda não chegou. E o fim deste ano pode ter sido o início de algo completamente diferente. Tenho uma amiga que não sabe se está preparada para este 2009. Mas o que vier que venha por bem. Bom ano para todos.