sexta-feira, dezembro 29, 2006

Tenho uma amiga que está a passar pela fase de Fim de Ano. Desconfio que não é só a minha amiga. Desconfio que o ano até está mesmo a acabar para toda a gente. Para todos os meus amigos. Porque não tenho amigos chineses, é pena. Essa gente não sabe o que é terminar o ano a 31 de Dezembro, não passa pelo balanço que se faz nesta altura. Não nesta altura. Para eles virá o ano do Porco. Para muita gente que conheço virá, mais uma vez, o ano da cabra e do cabrão.

2006 está a acabar. Haja justiça!

Foi um dos anos mais conturbados, não só para essa minha amiga mas para quase todos que conheço. Começou bem mas cedo e sempre com tendência a piorar. O que é que se passou aqui? Foi um ano ou uma fase má? Foram dias ou horas que nunca mais acabavam? Foram momentos ou tormentos? Ele foi desilusão e ilusão. Foram cardos ou prosas, ou fardos ou rosas sempre com espinhos… Foi mais fel do que mel, mais caramelos que doces, mais sangria do que sangue na guelra, mais gente doente e doenças estúpidas e fatais. Mais Credo que Querer, mais Adeus do que deus, esse que era suposto olhar por toda a gente mas que deve estar a passar por uma fase muito egocêntrica. Mais baldrocas do que trocas de amor e carinho (gosto destas duas palavras juntas amor&carinho). De 2006 guardo apenas uma viagem, um regresso. Para 2007 levo algumas pessoas. Muito rapidamente. Com vontade de as arrancar deste ano que acaba. Quero um ano novo já! Foi o presente que pedi ao Pai Natal e que ainda não chegou. Mas está encomendado e que venha com embrulho decente e conteúdo arejado. Feliz 2007!

quinta-feira, novembro 30, 2006

Tenho uma amiga que nao 'e amiga. Ou 'e so de vez em quando, naqueles dias em que esta pra'i virada, quando chove ou quando faz sol. Mas nao 'e amiga. Tem medo de pessoas cinzentas quando ela ja' esta' a ultrapassar a cor cinzento-rato, quase preto. Esquiva-se 'a sinceridade como 'a cor mais viva que poderia existir na vida dela. Se quisesse. Se acordasse. Se nao desse mais valor a quem nao lhe d'a assim tanto. Se nao magoasse por querer quem 'as vezes diz coisas fora de tempo ou de contexto ou de razao, sem querer. Tenho uma amiga que afinal nao 'e. Por estar demasiado ocupada com o vazio. Com a cor cinzento-rato, digo eu. Tenho uma amiga que nao 'e simplesmente. Pouco para os outros, nada para ela.

P.S peco desculpa mas estou a escrever directamente de Chelsea, em Londres, e o teclado... j'a sabem como 'e. Londres esta cada vez melhor. "When a man is tired of London, he is tired of life". Um beijo.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Tenho uma amiga que um dia foi tocada, abraçada, vidrada, apaixonada, enfeitiçada, enlouquecida por esta mão. A mão diz muito da pessoa, não é assim? E esta era perfeita. E ainda havia outra igual. Mas foram também estas mãos - e logo as duas de uma vez - que a magoaram , sufocaram, prenderam, mudaram...

Feito o balanço, esqueceu a pessoa. Mas ainda se lembra destas mãos... das duas.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Tenho uma amiga que trabalha na Rádio Cidade (eheheh) e é assim um bocado estranha. A provar que escrevo apenas verdades aqui está um vídeo que tem tudo, só não tem explicação... como diria alguém.

http://www.youtube.com/watch?v=RVAy_mSJvZM

Enjoy it e se não digam a ninguém que eu a conheço. Nego tudo!

terça-feira, novembro 07, 2006

Tenho uma amiga que é alcoolica anónima para uns, cada vez mais conhecida para outros. Pelo menos a parte do alcoolismo vai sendo conhecida e reconhecida com mérito, até.
S. Jorge. Louis Vitton. The Gift. I'm doing for music, I'm doing for love. Marquês de Pombal arraçado de nevoeiro. Pombos, balões azuis, balões brancos. Assim é a Avenida da Liberdade às 7 da manhã de domingo.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Tenho uma amiga que é mesmo fixe e avisa a população:

A OUTRA FACE DA LUA vai organizar mais uma edição doSTOCK SALE - TUDO A 5 EUROS.Nesta 5ª edição, serão disponibilizadas cerca de 9.000 peças de roupa vintage a 5 euros durante 11 dias consecutivos!A reposição de roupa será efectuada diariamente.No Domingo, 5 de Novembro, o evento contará com a música do dj Vitor Alves e a projecção vídeo de Ricardo Nogueira. O horário de funcionamento do evento será das 10h00 às 20h00. EVERYTHING MUST GO!
Rua da Assunção, 22 - Baixa - Lisboa - www.aoutrafacedalua.com

See you there...
Tenho uma amiga que estava mesmo para ficar em casa na terça-feira à noite, descansada, quentinha, no conforto de seu lar. Mas não ficou. Porque "estava tudo à nossa espera". Jantar combinado à última. Bairro Alto. Sangria de champanhe com frutos silvestres e não de framboesa como dizia a Mágica. Sair à rua com um mote na postura é do melhor que se pode fazer. Estava tudo à nossa espera. O vazio, a festa da gabardine em Belém (era só seguir a estrelinha), os desconhecidos, os conhecidos, o senhor da Renascença que afinal era da Tvi, o "Luis da Mafalda", o amigo dos toques, o amigo de sempre, o novo-rico do modernismo, a amiga.
O vazio, sim. Experimentem acenar no vazio... toda a gente vai querer estar perto daquelas miúdas que conhecem toda a gente (por favor, não chamem miúda às miúdas, é deprimente!). Não se sai à rua sem uma frase de posicionamento, como classificou alguém. E a nossa surgiu no confronto com a multidão de terça-feira à noite no Bairro Alto. Como disse N. e muito bem, um estrangeiro que vá ao Bairro Alto perde-se de inveja. Eu quero ser estrangeira no Bairro Alto. Estava tudo à nossa espera. E sabado há mais. Alguém com sugestões para uma frase de posicionamento?

terça-feira, outubro 31, 2006

Tenho uma amiga que vejo menos vezes do que gostaria, apesar de trabalharmos no mesmo edifício - melhor, na mesma cave - e a quem gostaria de dizer em público, mas com palavras escritas (porque me entendo melhor quando as vejo no monitor, numa folha de papel ou no ecrã do telemóvel), que gosto dela, muito,e admiro-a, muitíssimo! Não há uma razão especial para gostar dela, não há razão especial para lhe dizer o que quer que seja, mas apeteceu-me. Lembrei-me de uma peça que escreveu e que eu gostaria de voltar a ver em cena, ou no papel (já disse que me entendo melhor com palavras escritas?). A peça chama-se Ctrl+Alt+Del e faz-me muito sentido agora. Como gostaria de eliminar as minhas memórias... Obrigada, SR, pelas cenas esquisitas que sinto quando vejo peças escritas por ti, quando leio textos teus. Também deves ser um bocadinho como eu... também te deves entender melhor com as palavras escritas. Beijos...
Tinha
Urgência
em escrever este post para ti.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Tenho uma amiga, outra amiga e ainda outra. Ena, ena, tantas amigas. E um fim-de-semana do caralho! Por acaso não foi, não houve penduricalho masculino à mistura.
Mas não há nada como um fim de semana no meio de nenhures, vulgo, Minde, numa festa subordinada ao tema Cinema (não gosto nada de festas subordinadas, porque no fundo não gosto de nada que seja subordinado, sou uma rebelde, dominatrix de natureza saloia!). E fomos. A B. de Amante, a N. de actriz porno à civil e moi de actriz-a-fugir-aos-paparazzi. Não vou aqui construir frases sobre como foi a festa, até porque durante a festa temo não ter conseguido construir uma frase seguida. Culpa dos copos vou transmitir ideias soltas, baralhadas e desfocadas, tal qual as senti. Copos, dança com uma cadeira que deixou nódoas negras no corpo-marcas que, gosto muito de ter, mas já agora deva jeito que não tivessem sido provocadas por uma cadeira- beijos na mão constantes dadas por um estranho que se fartou de falar comigo sem que eu percebesse o que estava a dizer e desse qualquer resposta. Acho piada. Eles debitam, tentam encantar e quando não respondemos chamam-nos de "seres misteriosos". Pura Mentira, estamos é bêbadas!! Fotografias, máquina sem bateria, um escândalo por acontecer, copos, músicas que não deviam ter tocado, resoluções de vida das quais não me lembro de metade. Celebração de amizade (aqui está um amor de dura para sempre). Caldo verde. Despedidas, choro... houve de tudo, mas não pelas razões aparentes. Pelas outras. E sábias palavras de B., sensata quando deve ser, "procuramos sempre o que não nos magoa". E como isto faz sentido... Fim de semana do caralho que não foi, porque os penduricalhos ficaram de fora. Porque, obrigada à Sissi pelo esclarecimento (a ler o livro "Cenas de Gaja"), cheguei à conclusão que o meu terreno não está arável. Volta mais tarde, espera pelo boletim agrário, o Eng. Sousa Veloso terá respostas daqui a uns tempos. Mas agora não, não me mexam nas terras por favor! Deixem-me com os copos, as frases sem sentido, as imagens desfocadas, as minhas amigas, o títulos dos livros de António Lobo Antunes (com títulos tão bons, e conteúdos tão complicadinhos), as resoluções de vida que não chegam a ser postas em prática, os dates sem cama incluida, o perdão de vidas passadas, as velinhas em Fátima, as lágrimas por razões não evidentes mas contrárias, as tardes calmas, o Colin Firth, as gargalhadas, e as boas recordações, só as boas. E por isso recordo as palavras sábias de B. "procuramos sempre o que não nos magoa". E é isso que quero neste momento. Vem mal ao mundo por causa disso? Se Pedro Paixão quase gosta da vida que tem, eu posso dizer que agora GOSTO MESMO DA VIDA QUE TENHO! E foi um fim de semana do caralho mesmo com o meu terreno não arável.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Tenho uma amiga que- Ai!- vá-se lá entendê-la. Para já quer recomendar o novo disco de Sérgio Godinho, Ligação Directa, só para quem gosta muito porque está ali um Godinho em estado puro. E não é pelo comunismo que a minha amiga gosta, ok???? (isto é para quem sabe quem é). Parar e ouvir de novo canções como “Às vezes o amor”, “O Às da negação” e a “O Big-One da Verdade”, vai ser bom. Mas mudando de assunto para falar de António Lobo Antunes. Viram a entrevista na RTP? O senhor é estranho- coça-se, limpa a remela, fala em televisão com a mão na boca – mas diz coisas giras ainda que com cara pronta a bater na entrevistadora. António Lobo Antunes diz coisas muito certas, e que a acalmaram com ela. Diz que as pessoas têm a idade para a qual nasceram. Se nasceram para ter dezoito, vinte e três ou cinquenta, vão ter essa idade e comportar-se como gente dessa idade a vida inteira. Deve ser por isso que se diz que as pessoas não mudam. Deve ser por isso que quando se diz a alguém “cresce e aparece”, nunca mais vemos esses alguém! Ah! Agora a minha amiga já percebeu muita coisa... mas muita coisa fica por esclarecer. Ai a minha amiga, vá-se lá entendê-la!

quinta-feira, outubro 26, 2006

Tenho uma amiga muito queimadinha, muito queimadinha. Teve um sonho muito estranho que nem vou aqui relatar. Só posso contar que recebeu uma mensagem sms dela mesmo às 5 da manhã que dizia: “Um bonequinho. Fatima e alvim”. O que é que isto quer dizer? Alguém sabe?

quarta-feira, outubro 25, 2006

Tenho uma amiga que não é menina. É uma grande gaja!
Não é menina, às vezes é uma cabra (e fica-lhe bem).
Não é menina, diz “não” com eufemismos!
Não é menina, tem vontade própria.
Não é menina, gosta de abrir os braços, o coração, às vezes a alma, e - com muito prazer a quem vale mesmo a pena - as pernas.
Não é menina, está sempre a crescer e a aparecer.
Não é menina, é mágica.

Este post é para ti que, tal como eu, não és menina: és uma SENHORA!
Tenho uma amiga que é apaixonada por Londres. E vai regressar. Não digo “vai a Londres”, porque quando se vai para casa diz-se “regressar”. “There’s no place like home, there’s no place like London”. Esteve lá em 2004, regressa em 2006. Londres, pensa, continuará igual. Mas entretanto tudo mudou nela. Como sentirá Londres desta vez? Já tem planos. Ela que nunca fez planos na vida. Aprendeu com quem foi a Londres pela última vez. Aprende-se sempre qualquer coisa com as pessoas que passam pela nossa vida. Com as que passam, com as que ficam e com as que voltam.

•Urgente passagem por Speakers' Corner, Regent's Park, Kew Gardens, St. James's Park, Green Park, National Portrait Gallery, Tate Modern, Natural History Museum, London Aquarium, London Zoo…mas há mais…
•Ir ao restaurante das single women e concluir qye há coisas das quais não devemos sentir falta porque, na verdade, não fazem tanta assim.
•Perder-se em Hyde Park e ficar à espera de ser alimentada de bolotas e amendoins. Ser esquilo em Londres, é ser feliz.
•Andar devagar nas ruas londrinas e ouvir vozes na minha cabeça a cantar “And so it is...”
•Ficar. Ficar horas no London Aquarium, pode ser que um Clive Owen apareça a dizer que é o Sultão das Cricas (viram o Closer? Pois, lá está)
•Ir ao Old Vic de Kevin Spacey e invadir o palco.
•Descobrir onde mora o Jude Law e arrancar-lhe um sorriso à dentada.

Londres em dia de aniversário vai ser melancolicamente feliz e euforicamente triste. E eu já nem sei o que digo...

terça-feira, outubro 24, 2006

Tenho uma amiga que recomenda:




ZDB ARTES PERFORMATIVAS
ESTREIA DIA 25 DE OUTUBRO

DA FELICIDADE

co.produção TRUTA ass. Cultural | ZDB


25 de Outubro a 4 de Novembro
4ª a Sábado_21h30_Galeria Zé dos Bois
Uma co-criação de Joaquim Horta, Cláudia Gaiolas, Tónan Quito, Raul Oliveira e Ruben Soares

“És feliz? Foi com esta pergunta que começámos todos os dias, para perceber que, sim e não. E depois desta, outras.
Ser feliz é moral ou é banal?
Evitamos os discursos sobre a felicidade porque vivemos no pós-Auschwitz? Ou por modo de sermos demasiado pop? A arte faz-nos feliz? Mas o que é isso da felicidade? Que receitas, que prendas, que humor, que amor, que religião, que paixão, como fazer feliz.
Qualquer pessoa em qualquer lugar pode ser. Ser feliz é só rir ou sorrir? Prazer, alegria, felicidade, então como é que vai ser? A responsabilidade é inteiramente sua, é tudo uma ilusão, o que é preciso é saúde.”



Saúdinha para todos e sejam Felizes!
Tenho uma amiga que anda a ouvir James Morrison como se não houvesse amanhã. É até enjoar e não deve demorar muito. Deu-lhe para isto. Podia dar-lhe para muito pior. Podia dar-lhe para ouvir James Blunt. Antes assim...


You Give Me Something
James Morrison (Undiscovered - 2006)

You want to stay with me in the morning
You only hold me when I sleep,
I was meant to tread the water
Now I've gotten in too deep,
For every piece of me that wants you
Another piece backs away.

'Cause you give me something
That makes me scared, alright,
This could be nothing
But I'm willing to give it a try,
Please give me something
'Cause someday I might know my heart.

You already waited up for hours
Just to spend a little time alone with me,
And I can say I've never bought you flowers
I can't work out what the mean,
I never thought that I'd love someone,
That was someone else's dream.

'Cause you give me something
That makes me scared, alright,
This could be nothing
But I'm willing to give it a try,
Please give me something,
'Cause someday I might call you from my heart,
But it might me a second too late,
And the words I could never say
Gonna come out anyway.

'Cause you give me something
That makes me scared, alright,
This could be nothing
But I'm willing to give it a try,
Please give me something,
'Cause you give me something
That makes me scared, alright,
This could be nothing
But I'm willing to give it a try,
Please give me something
'Cause someday I might know my heart.
Know my heart, know my heart, know my heart

domingo, outubro 22, 2006

Tenho uma amiga que acordou com Billie Holiday. Não sabia muito bem se tinha acordado numa casa estranha, numa cama estranha ou num corpo estranho. Estranhou “When You’re Smiling” cantado por Billie Holiday, mas reconheceu o leitor de “cêdês”, era o dela. O corpo também. Mas ela nunca mais foi a mesma. Acordou diferente. Fez as pazes com a chuva, e como chovia Meu Deus! Descobri que a relação que as pessoas têm com a chuva faz ligação directa com a relação que têm com a sua própria vida. Já repararam que quando se está acompanhado, em pleno acto de ronha romântica, a chuva parece um acontecimento divino, uma asa do cupido. Os amantes abraçam-se mais e olham a chuva-pasmados!-como se trouxesse respostas para um futuro a dois, como se confirmasse a eternidade daquele amor. “Olha que bonito, está a chover lá fora!”. E aqui é que está. É tudo muito bonito quando só chove lá fora. Quando é um acontecimento exterior. Como se fizéssemos troça do tempo que faz lá fora, que é tão contrário ao tempo que faz cá dentro, “está-se tão bem cá dentro, está quentinho”. Mas Ai de que chova para alguém que está mal! Se for num domingo então! Nunca, não pode, é proíbido, corrói. Chove lá dentro também. É o grande problema. E a chuva que chove lá dentro teima em sair cá para fora, feita pranto que é capaz de durar uma tarde toda. Mas já não para ela. Já não chove lá dentro. Acordou no mesmo corpo, com o mesmo leitor de “cêdês”, mas a música é outra e ela nunca mais vai ser a mesma. Fez as pazes com a chuva. E ri alto e bom som. E canta (muito mal coitadinha):

When you're smilin'
When you're smilin'
The whole world smiles with you.
And when you're laughin'
When you're laughin'
The sun comes shinin' through.


Lá fora chove. Cá dentro o Sol brilha ;)

sexta-feira, outubro 20, 2006

Tenho uma amiga que avisa a população masculina: POR FAVOR, MINTAM!!! Mesmo quando ela engordou/emagreceu mais do que o que vocês desejavam- está sempre linda, de fazer inveja a qualquer uma (esta parte do “fazer inveja” é importante). Mesmo quando fala horas intermináveis e remata com um “não é?”- responde sempre “É meu amor, tens razão”. Mesmo que não concordes nada com ela e te apeteça desfazê-la com argumentos. No amor vale tudo. Mas só no amor. No desamor as regras invertem-se. Se já se está mesmo a ver que só vais ficar com ela enquanto te servir o estado de paixão, enquanto sorrir sempre, enquanto não mostra o lado fraco... então NÃO MINTAS!!!

Acreditem que, assim, seremos todos um bocadinho mais felizes. Principalmente os homens... ou principalmente as mulheres, já nem sei.

Este post é dedicado a 3 colegas de trabalho- e amigos-, depois de uma tarde muito bem passada.
Tenho uma amiga que é finalista do CC (Sic Radical). Chama-se Nitinha (Ana Moreira)e vai estar em directo na segunda-feira. Tá tudo a ver e a votar nela, sim?? Obrigada. o numero mágico é 760 109 916. É para ligar entre as 15.30 e as 20 horas. Mas é para ligar mesmo.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Tenho uma amiga que é parva. Mas não era isto que queria dizer. Olhem que isto... não há fome que não dê em fartura. Amigas, travessia no deserto, mais longe do que é importante e não sei quê. A Amiga alinha hoje num double date maradíssimo, daqueles a quatro (daí double date, já tinha dito que tenho uma amiga que é parva?) em que os quatro vão, não para os propósitos com que normalmente se vai para um “evento” destes (nem o propósito trocado, ou seja, swing), mas apenas pela palhaçada, galhofeira, voltar à adolescência- mas da adolescência do nosso tempo, inexperiente, não aquela de hoje, promíscua (é oficial, estou velha)- só pelo prazer do “ritmo das conversas”. Que promete, promete! Tudo isto para dizer que a vida, não contente com a tal promessa do nada que, às vezes, sabe a tanto, ainda faz tocar o telemóvel já passava da meia-noite. Vendo o nome no visor, a amiga pensa “típico”. Mas do outro lado não ouviu o que esperava. Mesmo. E por isso (eu bem avisei) a amiga vai aqui postar a conversa tal qual aconteceu, talvez com alguns enfeites mais ainda. Que é bem-feito!

Ele: Olá %&&&%

Ela: O que é que queres?

Ele: Estava aqui a pensar. A nossa amizade já tem muitos anos, já nos conhecemos muito bem. Está na altura de um upgrade.

Ela: Como assim?

Ele: Estás sozinha?

Ela: Não...

Ele: Estou a sair daqui (não interessa onde) e vou agora para casa, não queres lá ir?

Ela: Precisas de alguma coisa?

Ele: Estava a pensar... estás solteira... e eu como sou mesmo teu amigo, podia fazer alguma coisa por ti.

Ela: Ui! Estás mesmo com falta de sexo.

Ele: Só há uma semana. Mas como somos mesmo amigos... não sou nada apologista da máxima “amigos, amigos/negócios à parte”. E nós conhecemo-nos tão bem, está mesmo na altura ideal para o passo em frente. Acordavas de barriguinha cheia... ia ser tão bom.

Ela: Nem penses nisso. A nossa amizade já tem muitos anos de estrada, não quero desviar-me do caminho.

Ele: Eu dava-te mais kilometragem. És muito conservadora. Os amigos de hoje em dia fazem isso. Todos os amigos em Nova Iorque fazem isso. Tens de ser mais Nova-Iorquina. Fazer sexo do bom com os teus amigos, e eu sou tão teu amigo. Sabes, tens que ir a Nova Iorque para ver como é. Sabes que eu conheço bem Nova Iorque.

(Nota: Ele nunca esteve em Nova Iorque)

Ela: Mas tu estás parvo? Vou dormir. E se fosses meu amigo mesmo não te punhas com essas cenas. Apresentavas-me aos teus amigos giros, só te conheço é camafeus como amigos.

Ele: Pensa bem, eu garanto qualidade. Liga-me daqui a pouco ou manda-me uma mensagem a dizer que estás a caminho de minha casa. Vá lá.

Ela: Não. Porque eu sou tua amiga e para ti só quero o melhor. E agora estou magrinha, não ias gostar. Prometo pensar nisso depois da dieta da engorda, qual frango do aviário.

Ele: Aviava-te já. Gosto de ti assim. Estás com bom ar. Ris-te como quem quer que lhe saltem em cima. Mas está bem. Quando engordares, eu sou o primeiro? Sou tão teu amigo.

Ela: Cala-te e toma um banho de água fria que isso passa.

Ele: Vá lá.

Ela: Não. Vai-te f*****

Ele: Exactamente... Se ao menos deixasses. Depois ficávamos ainda mais amigos. Pensa. Se tiveres tensão baixa ou falta de açucar, pensa nisto.

Gargalhada sonora, beijinhos, boa noite. DESLIGAM.

Uff... É bom pensar que nós mulheres, mesmo com mais de um mês de deserto, conseguimos apenas mostrar desespero num blogue de identidade anónima. Ou às amigas mais próximas. Nunca aos amigos. Pode engordar-se, que a anorexia nunca ficou bem a ninguém, mas nunca exibir gorduras ou magrezas a um amigo. Não assim. Que me desculpem as senhoras modernaças de Nova Iorque, que a amiga é bem Portuguesinha.

Eu bem avisei. E é bem-feito.

Prometo contar sobre o double date. Inocente. Inexperiente. Só pelo “ritmo das conversas”.

E o OASIS pode esperar...

quarta-feira, outubro 18, 2006

Tenho uma amiga que não gosta do nome Carlos. É um nome no plural e os nomes deveriam ser sempre no singular. Trata-se de identificar um indivíduo e não sugerir que sofre de dupla personalidade. No limite, devia ser Carlo. E isto é o que ela acha.

terça-feira, outubro 17, 2006

Tenho uma amiga que está a passar por um período diferente na vida. Digamos que não priva com sexo alheio vai para mais de um mês. Ora, quem disse que só os homens sentem falta de contactos carnais ao ponto de subir às paredes? A minha amiga que está quase nos 30 decidiu ser bem mais selectiva do que era há uns anos. Mas ao fim de um mês, começa a pensar seriamente em deixar-se de merdas, descer à Terra, ou ao vale dos lençóis mais próximos. E quem diz vale dos lençóis, diz sofá, chão, elevador, já vale é tudo que o caso está grave. A minha amiga não está sozinha nesta situação. Aliás, quanto mais parecidos estão os dois géneros em características, mas se afastam homens e mulheres no que me parece boonitoo: os afectos; e no que me parece importante: o sexo. Decidi, a pensar nas minhas amigas em plena travessia do deserto, reunir os primeiros sinais que podem indicar o comportamento “à beira-de-subir-às-paredes” numa mulher.

- Quando palavras como Big Bem, extintor, banana, microfone, pau-de-canela (ou outro tipo de pau), ganham outro significado.
- Quando os amigos te convidam para saídas só de homens
- Quando não fazes a depilação há 3 semanas e não entras em desespero
- Quando os teus pais vão passar o fim-de-semana a tua casa e não vais a correr mudar os lençóis
- Quando vais a festas do teu irmão 10 mais novo só pela possibilidade de haver mais solteiros disponíveis
- Quando há muito que os teus vizinhos não te olham de lado na manhã seguinte a uma noite agitada
- Quando começas a achar piada a piropos indecorosos (“se fosses minha mãe mamava até aos 18”)
- Quando ligas para a Telepizza só pelo prazer de teres um homem a caminho de tua casa
- Quanto o teu investimento pró-erotismo se limita à compra de um objecto a pilhas e não inclui lingerie sexy
- Quando sentes uma ligeira erecção feminina (existe, mas não se vê que nós sabemos ser discretas) num desfile de modelos masculinos em tronco nu.
- Quando o único peito peludo sobre o qual te deitas é o do teu gato
- Quando não te importas que os teus ex-namorados saibam que estás solteira, não vá dar-lhes para recordarem os bons velhos tempos… mas só mesmo os bons… esses mesmo!
- Quando alinhas em patéticos double dates organizados por um amigo teu (V.,E., F., quinta-feira a minha amiga lá estará com o seu salto mais alto e decote mais generoso)
- Quando perguntas aos teus amigos homens que recorrem a sites e companhia profissional se não haverá um Portal Privado para mulheres
- Quando as tuas músicas favoritas do momento são Sexual Healing, Sexy Back, Promíscuos Girl, e mesmo assim não te identificas com elas
- Quando te limitas ao Dystron em casa e te esqueces completamente de que “fora de casa: dystron toalhetes”.

Há mais… se as minhas amigas quiserem acrescentar, sintam-se forçadas! A verdade é que, desde que perdeu a virgindade – vai para, OH MEUS MEUS, 10 anos – nunca tinha passado um período de seca tão prolongado. Nem mesmo quando tinha namorado, nem mesmo nessa altura em que, em desespero de causa, se passeou nua em frente a um televisor a transmitir uma prova qualquer de Formula 1 só para ver se acontecia alguma coisa. Nem mesmo nessa altura!

segunda-feira, outubro 16, 2006

Tenho uma amiga que faz rádio e há tempos escreveu um artigo que lhe foi pedido por uma Seguradora (não perguntem!). Segue o dito...

A rádio, a voz, a mulher e tudo o mais

Não há meio de comunicação como a rádio. Ninguém me convence do contrário. Principalmente para nós mulheres, a rádio é o meio que melhor nos fica. Porque ficamos sempre bem na fotografia do éter. Ficamos como o ouvinte nos quer ver… ou imaginar! E temos qualquer coisa de camaleão, pelo menos na cabeça de quem nos ouve. Somos altas e baixas, magras e gordas, loiras, ruivas ou morenas. Assumimos várias formas e temos sempre a maquilhagem no ponto, mesmo que na realidade as olheiras já atinjam a proporção de poço sem fundo, mesmo que a crise de acne em dias de Inverno com mais stress não tenha sido disfarçada, mesmo que a saia não faça pendant com o top. Temos sempre a nossa base e rímel: o transístor - essa grande invenção que nasceu nos Laboratórios Bell Telephone; essa grande palavra que caiu em desuso. Agora saímos do auto-rádio, das aparelhagens xpto com colunas otpx, do Podcast e da Internet. E por aqui o mistério que envolve a rádio vai perdendo pontos. As vozes já vão tendo rostos espalhados nos sítios ou sites das rádios. Não é grave.
O melhor de fazer rádio é passar emoções. Porque a rádio é, e sempre foi, uma caixinha emocional, a voz feminina assume uma importância enorme. Porque -e ninguém me poderá contrariar - a lidar com emoções, nós mulheres batemos os homens aos pontos. Proponho uma análise muito, muito rápida à diferença entre a comunicação feita por uma voz masculina e uma voz feminina. Por exemplo, a voz masculina fica muito bem a dar informação horária, é sempre eficaz. Mas um “BOM DIA” dito com a delicadeza que caracteriza as mulheres, até convence em dia de chuva. E não se pode esquecer que, para comunicar bem é preciso saber ouvir. Mais uma vez, convenhamos, os homens só ouvem o que lhes interessa. E não, não sou feminista. Sou mulher e como diz o spot “se eu não gostar de mim, quem gostará?” (por sinal, a voz do spot é feminina). Imodéstias à parte, as mulheres ficam sempre bem e agradam aos de Marte e de Vénus (continuo a preferir a máxima que diz “os homens são da Terra, as mulheres são da Terra”). Os homens gostam; as mulheres sentem-se representadas.
Cheguei à rádio por convicção, porque decidi, porque queria ter o efeito nas pessoas que os senhores e senhoras da rádio tiveram em mim. Porque queria viver assim, sempre de sorriso aberto, sem problemas pessoais, com acesso fácil a música, queria viver a rádio. Vale a pena. Apesar de ter facilmente chegado à conclusão de que as pessoas da rádio, devo dizê-lo, são umas grandes fingidas. Afinal até sofrem, têm noites mal dormidas, dias difíceis e fases neuróticas. Mas mais uma vez as mulheres estão em vantagem, fingem muito bem, já se sabe, força do hábito - não que fale por experiência própria, li isto nos livros!
É muito bom poder pensar, nem que seja só eu a pensar, que sou mais uma “menina da rádio”. Vivo, sinto, dependo, faço tudo pela rádio. Até acordar de madrugada (se o meu director estiver a ler, lanço o desafio… para quando um programa da manhã ao meio-dia?).
Costumo dizer que tenho três animais de estimação: dois gatos e O bicho da rádio.
Tenho uma amiga que, ao navegar pela net, chocou e chocou-se com a seguinte dúvida existencial, ou sexual ou lá o que lhe queiram chamar. A minha amiga chama-lhe dúvida- retirada-directamente-da-revista-Maria: “A minha mulher tem corrimento, será que ela me trai?”. Depende do corrimento. Há um cujo nome até fica mal na boca (o nome só… ok, às vezes não é só o nome… depende das mentes e dos donos dos corrimentos), a esse corrimento dá-se o nome de “esperma”. Se o corrimento que a senhora mulher tem é deste género (está a ver o que é?) e não pertence ao respectivo marido (se não é o seu), a minha amiga arriscaria dizer que sim, o senhor está a ser brutal e pouco higienicamente traído. Se o corrimento não corresponde às características acima indicadas, não quer dizer que esteja a ser traído, mas também não quer dizer que não esteja. Porque com dúvidas dessas, deixe que a minha amiga lhe diga, está a pedi-las. Mas considerando que a senhora mulher em questão é de bem e conhece vagamente a palavra “traição” dos filmes, então se calhar não o está trair, mas aconselha-se que veja outro homem e que se abra, literalmente, para ele. Um ginecologista. Essa minha amiga garante-lhe que tudo correrá bem. A minha amiga sabe porque foi um ginecologista o primeiro homem a tocá-la, lá bem no fundo… Tinha 13 anos e o senhor doutor perguntou-lhe que nota teve a História para a fazer relaxar. Melhor do que o banal “Foi tão bom para ti como foi para mim?”. Aprendam com os ginecologistas, homens deste mundo!
Tenho uma amiga que concordou de imediato com esta frase do livro de Miguel Sousa Tavares, "Não te Deixarei Morrer David Crockett": "Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo seria meu para sempre."
Tenho uma amiga que é mãe, outra que foi quase mãe, outra que não se dá com ela. Tenho uma amiga que é boa, outra boazona, outra boa amiga. Tenho uma amiga que conhece meio mundo, outra que dorme com outro meio, outra que só dorme com Xanax. Tenho uma amiga princesa, outra rainha da noite, outra que é mágica. Tenho uma amiga que transpira sexo, outra que transpira neuroses e outra que toma comprimidos para as curar. Tenho uma amiga que adora homens fardados e outra com fardos de homens para carregar. Tenho uma amiga que tem um amante, outras que têm namorado, outras casadas e algumas divorciadas. Tenho uma amiga que é feliz depois de ter deixado o homem que ama. Tenho uma amiga que gosta de falar da vida dos outros, mesmo que os outros, às vezes, sejam ela própria.