segunda-feira, dezembro 17, 2007

Tenho uma amiga que recebeu um postal de Boas Festas com os seguintes votos: “Lembremo-nos sempre de onde vem o espírito do Natal”. Lembrar-me-ia se soubesse ou talvez saiba e não me lembre culpa do ginseng às cápsulas que não tem tido o efeito esperado. De onde vem? Do José, o corno manso? De Deus que é tão bonzinho que até se desculpa ter engravidado uma mulher casada? De Maria adúltera que teve um filho de outro (logo o chamaram Salvador porque era bem e para salvar a honra da família)? De Jesus que, coitado, lá ficava no frio de Dezembro nas palhas deitado nas palhas estendido, apesar de ter um pai de criação carpinteiro que podia muito bem ter construído uma camita para o puto mas vingou-se e deitou-o nas palhas a ser aquecido por uma vaca e um burro? Curiosamente uma vaca e um burro em vez da mãe e do pai que se limitaram a olhar, de longe, a criança “especial”? Das crianças que berram ainda mais na altura do Natal? Do gordo que afinal não existe mas tem milhares de sósias feios e muito diferentes do real one que nem sequer é real? Das árvores de Natal que os meus gatos insistem em destruir ao ponto de não ter feito este ano para evitar limpar todos os dias os cacos das bolas? Das compras? Do dinheiro gasto em pessoas que vemos uma vez por ano? Ou vemos todos os dias e, mais do que dar, devíamos receber um presente do tamanho do mundo por as conseguirmos aturar? Das filas para os embrulhos? Dos beijos molhados das tias com buço? Do bacalhau? Das rabanadas que deixam nas casas um cheiro a fritos tipo snack-bar-que-serve-bitoques-à-hora-do-almoço? Das primas que exibem barrigas cheias de esperança para casamentos sem sabor? De expectativas frustradas de pais que ainda não é desta que vêem um genro sensaborão sentado à mesa farta?

De onde vem afinal o espírito do Natal?

quarta-feira, novembro 28, 2007

Tenho uma amiga que hoje pela última vez tem vintes. Vai sentir saudades. Já sente. Que a chamem de pirralha, que a olhem de cima, que não a pressionem para casar e ter filhos, que abanem a cabeça perante uma estupidez como quem diz “coitada, é nova, não sabe”, que a pele e carne não cedam às variações de peso, que não sejam precisos cremes para rugas e papadas. Hoje, pela primeira vez, perguntaram se ela era responsável por um departamento qualquer num contexto que não interessa para aqui. Eles sentiram. Sentiram que ela estava a sair dos vintes e já teria idade e, pior, aspecto de ser responsável por alguma coisa. Tenho uma amiga que nunca se imaginou com trinta anos e achava que essa realidade só tocava aos outros. Ela ficaria sempre a pirralha que nunca seria levada a sério. Esse para sempre vinha com prazo limite. Que acaba precisamente hoje. Amanhã será diferente? Sim, tenho uma amiga que amanhã faz 30 anos.


The Gift - 1977

A short piece of my life.
77 was the year, where everything starts [Stop!]
I Lived on the top of the street
in a building full of green, Field? Was not that
screen [Scream!]
To call my best friend, that lived on the other side,

TV off, Computers on? Bye bye
we found outside a club, where boys can be boys,
like old times No girls at all
All the time I was in school,
we change our friends, we change our clothes
we kiss the girls because we need to,
it's an ego of a normal boy...

But why at that time, it was strange not to look or
act like a normal guy,
songs were made to make me cry,
and we can meet The Smiths at any time of our lives,
cause songs will help you every time, just try to wake
up one day rewind,
we were only 17, and then did you wait for the lonely
time
just to say like a normal guy, [HI] my bed its empty,
you want to try?

Why at that time
it was just a way to put us by the same side, cause we
were more then 17
and then, still you wait till the end, to say like a
normal guy.

goodbye...

and why, why, why, why...

Tenho uma amiga que ao focar o último ano e tirando alguns pormenores poeirentos festeja a tranquilidade que não sentia há muito... Um brinde e um beijo aos amigos da amiga que vão ficando por perto. E sábado, é para a loucura com o Dj Fernando Alvim e os amigos da amiga.

terça-feira, novembro 27, 2007

Jesus and Mary Chain - Sometimes Always

Tenho uma amiga que... que se lixe a amiga. Esta é uma das músicas que faz bem recordar. Porque é muito simples e porque tem a voz da Hope Sandoval dos Mazzy Star. Uma banda para fazer cortar os pulsos lá onde mata mesmo e não só para assustar. Eu gosto assim. A minha amiga também...

segunda-feira, novembro 26, 2007

R.E.M. | Imitation Of Life

Tenho uma amiga que vai comprar ou pedir muito ou roubar o CD dos REM Live. Só porque está lá Imitation of Life. É uma das músicas que ficaram e fazem parte do BALANÇO.

Thats sugarcane that tasted good.
That's cinnamon, that's Hollywood.
C'mon, c'mon no one can see you try.

No one can see you cry.

Tenho um amigo que é Director Executivo. Que classe. Quando o vi, pela primeira vez na Universidade senti que ia ser importante. Pensei que ia ser só importante na minha vida. Mas foi muito mais longe. É importante. (ponto). É Director Executivo e eu gosto muito dele mesmo que tivesse sido importante apenas para mim e não importante. (PONTO). Na última semana dos vintes pensa-se neste tipo de coisas.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Tenho uma amiga que está quase a fazer anos e gosta muito muito muito muito de presentes. Para não ficarem todos baralhados e desatarem a comprar apartamentos T3 na Av Roma ou viagens a Nova Iorque ou um estágio remunerado na Oprah Staff aqui vão umas ideias bem mais em conta. (Note: Se não lhe comprarem isto, sabem o que vai acontecer, sabem, sabem, sabem? Compra ela).

Dvd’s de Jean Luc Godard (há uns que acabaram de sair…já é tempo de requinte)

Livros (Dorothy Parker, Philip Roth, Miguel Sousa Tavares, crónicas do Ricardo Araújo Pereira, …tudo menos O Segredo)

Quadros (e então? É um investimento na arte)

Tudo e mais alguma coisa da ID Clothes, Diesel, Miss Sixty, Formarina, Pepe Jeans, Fly London, Melissa (sapatos, sapatinhos, malas, lingerie, tudo o que houver… o que é plástico é bom).

Edredões, mantinhas, botijas e todos os acessórios de aquecimento que se lembrarem

Um espelho enorrrrrme para evitar manchas na testa por incapacidade de espalhar base e não ter um espelho decente em casa. (Há uns na loja do gato preto e na Area bem giros)

Woks, e aquelas coisas para fazer tartes e assados para finalmente a que existe ser devolvida à procedência (de nome Nitinha)

Um serviço de talheres daqueles todos finos que até brilham para poder convidar a família dele.

Uma bolsinha toda giraça para cosméticos (que as há na loja de plástico no Aquaroma, Woman Secret e outras assim).

Tudo o que se lembrarem. O que vier que venha por bem.

Dinheiro (cash)

Vinho. Para beber, para esquecer e para festejar.

Droga. Porque a decadência vem por aí…

Uma bomba de gasolina só para cheirar. Há umas muito boas da Carris que ficam em Miraflores.

Se mesmo assim não estiverem para isto que venham os apartamentos, as viagens, os carros, os estágios altamente remunerados nos States... essas ninharias…


“Take care of the luxuries and the necessities will take care of themselves.”Dorothy Parker.

terça-feira, novembro 20, 2007

Love Actually

Tenho uma amiga que também gosta muito desta cena e deste filme e recorda o momento. Só porque é quase Natal e no Natal dá-nos para ser sensíveis.

segunda-feira, novembro 19, 2007

kramer vs kramer

Tenho uma amiga que está em fase de balanços. Há filmes que marcaram a vida dela. Este é um deles. Kramer vs Kramer. Para um dia como este cheio de chuva e kleenex. E é abrir a torneira e deixar sair. O filme é lindo, o miúdo é lindo, o argumento é lindo e é de 1979.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Tenho uma amiga que me enviou um mail. Um texto escrito por Andy Rooney, apresentador do programa da CBS "60 Minutos". O texto fala sobre as Mulheres de 30 anos. Não percebi muito bem porque é que me enviou. A mim. Logo a mim...
Mas gostei de cada frase e como, por muitas voltas que dê, ainda não consegui saber como é uma mulher de 30 anos (se calhar porque ainda não os tenho) vou sugerir uma leitura deste texto que não é meu. Acho de um charme único um homem que pára para apreciar uma mulher e escrever sobre isso. Mesmo que a mulher tenha já 30 anos.

"Escrito por Andy Rooney, apresentador do programa da CBS "60 Minutes"....

Para todas as mulheres com mais de 30 anos... e para aquelas que têm medo de entrar nos 30... e para os homens que têm medo das mulheres com mais de 30!

À medida que vou envelhecendo, valorizo cada vez mais as mulheres com mais de 30 anos. Estas são apenas algumas das razões porque o faço:

Uma mulher com mais de 30 nunca te acordará a meio da noite para perguntar "Em que é que estás a pensar?". Ela não se importa com o que tu pensas.

Se uma mulher com mais de 30 não quer ver o jogo de futebol, não se senta a teu lado a lamentar-se. Ela faz alguma coisa que queira fazer e, geralmente, é algo mais interessante.

Uma mulher com mais de 30 conhece-se suficientemente bem a si própria para estar certa de quem é, o que quer e de quem o quer. Poucas mulheres com mais de 30 anos ligam alguma ao que tu possas estar a pensar sobre ela ou sobre o que ela está a fazer.

As mulheres acima dos 30 têm dignidade. Raramente terão uma discussão aos gritos contigo na ópera ou no meio de um restaurante chique. No entanto, claro, se tu mereceres, não hesitarão em dar-te um tiro.

As mulheres mais velhas são generosas nos elogios, muitas vezes não merecidos. Elas sabem o que é não ser apreciado.

Uma mulher acima dos 30 tem segurança suficiente para te apresentar às amigas. Uma mulher mais nova acompanhada de um homem ignora frequentemente até a melhor amiga porque não confia no homem perto de outra mulher. Uma mulher com mais de 30 não se podia estar mais nas tintas se tu te vais sentir atraído pelas amigas dela, não porque confie em ti, mas porque sabe que elas não a trairão.

As mulheres tornam-se psíquicas à medida que envelhecem. Nunca terás que confessar os teus pecados a uma mulher com mais de 30. Elas sabem sempre.

Uma mulher com mais de 30 fica bem a usar um batom vermelho brilhante.O mesmo não se aplica às mulheres mais novas.

Depois de ultrapassares uma ou outra ruga, vais ver que uma mulher com mais de 30 é de longe mais sexy do que qualquer mais nova.

As mulheres mais velhas são correctas e honestas. Dizem-te imediatamente que és um idiota se te estiveres a comportar como tal. Nunca tens que tentar adivinhar em que pé estão as coisas entre vocês."


Venham eles... os 30! Sem medos... dos outros e do espelho.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Tenho uma amiga que se esqueceu de começar o post anterior com "Tenho uma amiga que"...
Estou consternada com uma compra que fiz… depois de ter decidido virar vegetariana… já há uns dias que não como carne (ontem comi uns enchidos, mas não conta porque foi em clima de festa), e então como estou nessa onda decidi comprar uns livros a condizer… comprei um livro de receitas vegetarianas… e vi lá um livro de pensamentos do Dalai Lama… pensei… bom, aqui está uma boa forma de ficar mais zen… leio um pensamento por dia e fico na paz. Comprei. Levei-me e aos meus livros para o café da Mongólia ou Magnólia, e comecei a ler mais atentamente o que tinha comprado por impulso. Percebi que havia um erro num dos livros. Em vez de “Pensamentos do Dalai Lama”, estava escrito “Pensamentos do Dalai Lima”. E eu pensei “esta gente é tão zen que se engana a escrever e nem dá por isso”. Folheei o livro… e eis alguns dos pensamentos zen do Dalai Lima que não Lama:

“Era uma praia muito bem. Até tinha um nadador Salvador”.
“ Em Portugal a auto-estima soa a nome de stand de usados”
“ Vitoria sente que os anos passam quando David lhe chama Old Spice”.

É melhor não continuar senão lá se vai a tendência zen. Fiquei furiosa mas percebi que, para comprar livros, convém que se saiba ler correctamente.

segunda-feira, outubro 22, 2007


Tenho uma amiga que, pela primeira vez, ouviu fado como deve ser ouvido. Foi ontem com vista para o Tejo numa esplanada daquelas que só existem em Lisboa. Foi rodeada de gente com bom aspecto, tostas com creme de ervas e chá verde com pau de canela. Foi numa conversa cheia de passados não resolvidos, foi num jogo de cartas na mesa, foi com o sol a esconder-se num céu cor-de-rosa que não pertence à paleta de cores do Outono. Foi com olhos e cara escondidos nos óculos de sol e uma mão aflita a acalmar o quase desespero que, de repente, se ouviu Mariza a cantar. Ninguém estava à espera mas aquele choro português caiu ali muito bem. E a minha amiga ouviu e percebeu tudo pela primeira vez. E sentiu-se mais portuguesa do que nunca. E assumiu o Fado como seu.

Ó Gente da Minha Terra

"Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que a recebi

É meu e vosso este fado
Destino que nos amarra
Por mais que seja negado
Às cordas de uma guitarra

Sempre que se ouve um gemido
Duma guitarra a cantar
Fica-se logo perdido
Com vontade de chorar

E pareceria ternura
Se eu me deixasse embalar
Era maior a amargura
Menos triste o meu cantar"

Amália Rodrigues

sábado, outubro 20, 2007

Tenho uma amiga que está a frequentar um curso de escrita criativa. Está a aprender a escrever. Está a aprender uma escrita fácil sem grandes acessórios, despida de qualquer ornamento (e aqui o professor diria que já estou a escrever demais e a tentar fazer “bonito” sem necessidade.). Portanto, recapitulando… o menos é mais. E eu. Vou agora. Escrever assim. Sempre com frases curtas. Ideias simples. E palavras cruas. E a “cruas” já deve estar aqui a mais. Mas porra. É difícil escrever assim. É difícil resistir à tentação de escrever bem. Ou pensar que se escreve bem e escrever de bicos de pé, armada ao pingarelho. A ver se saio do curso de escrita criativa uma pessoa melhor. Mais simples, menos altiva. Nas palavras, claro.

Tenho uma amiga que já passou por isto. Objectos que dão cabo de uma relação: playstation, aspiradores, televisões atrofiadas que só dão um canal (Sport Tv), Ipods… principalmente se forem utilizados durante as relações….

quarta-feira, outubro 17, 2007

Tenho uma amiga que foi à bruxa, bruxinha pronto. Restaurante Euphoria em Cascais. Consulta de Tarot e mãos. Só para desesperados e para quem vai só naquela de beber sangria. Para que a consulta não caia no esquecimento aqui escrevo umas linhas:

Numerologia: Vénus comanda a vida. Amor, Beleza… tem montes de amor dentro dela, espalha amor, sofre com o sofrimento dos outros, é procurada para aconselhamento.

Trabalho: Complicado. Há alguém que representa uma ameaça, que tenta prejudicar. Que provoca. Momentos de cansaço. Vontade de desistir. Um ano complicado (o que passou, a medir forças constantemente). Uma pessoa má. Mas sem motivo para preocupações. Essa pessoa não tem força suficiente. Sucesso traçado. Sem medos. Quantia avultada de dinheiro. Mudança para melhor, mas o ramo será sempre o mesmo. Ramo das pescas?

Amor: O namorado está fora (e está, em S Francisco…será que a bruxinha tinha microfones espalhados pela sala??) cheio de saudades. Mais uma vez medos e sentimentos de culpa. Pouca entrega da parte da amiga… “entregou o coração, só falta a alma”… (e o corpo hein?? Onde é que fica o corpo??). Qualquer coisa correu mal pelo meio. Ainda pensa nesse episodio, mas deve seguir em frente. Muito amor. Entendimento. O namorado vê-a como Nossa Senhora na Terra (não sei se gosto disso… até porque o namorado não acredita na Nossa Senhora). Relação forte. Não há mais ninguém no futuro (para sempre?????? Oh meus deus! Isso não é muito tempo?). Crianças. Relacionamento muito sério (mas sempre na brincadeira, acrescento eu). Macaquinhos no sótão. Sentimento de posse.

Família: Família protegida. Pais morrem velhos (a herança só chega aos 80 anos está-se mesmo a ver). Atenção a saúde do pai. Cuidado com a alimentação. Mãe enervada. Rezingona. Sempre a mandar vir. O pai vira-lhe as costas e nem ouve, não está para se chatear (e faz bem). Irmão protegido. Também o irmão já encontrou a “pessoa certa”. (Não gosto das pessoas certas).

Basicamente foi isto. Foi bom não foi?

terça-feira, outubro 16, 2007

Tenho uma amiga que vai criar a Cadela Cheirosa. Para competir com o Gato Fedorento. Os gajos estão fartos de ganhar dinheiro, ao ponto da mulher do Ricardo já ter vida de dondoca. A minha amiga também quer. Bora fazer sketches com bué piada. A Cadela Cheirosa. Vai ser o sucesso, parece que já estou a ver...
Tenho uma amiga que tem um blog que tem um ano de vida. Hoje. Parabéns ao blog, à minha amiga, às minhas amigas todas, ninfas inspiradoras da escrita esporádica, e parabéns sobretudo às pessoas que vêm cá ler. Pela paciência, também. E por me fazerem sentir de consciência pesada quando não escrevo tanto como gostaria. E por terem criado um monstro. Maior do que a própria autora. que um destes dias, numa troca de sms, recebo uma que dizia assim, ou parecido "sim, sim, tenho pena que não venhas jantar mas vai lá escrever no blog." E eu pensei. É o princípio do fim. Estou a perder a identidade para este espaço cheio de palavras. Estou a perder pontos para este amontoado de ideias soltas. Este pedacinho está a tomar conta de mim. Exige, o puto. Faz birras e faz hoje um ano. Parabéns a você.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Tenho uma amiga que, em certo departamento da vida, é um espelho de mim. Não pelos motivos mais positivos, antes pelo contrário. É o espelho na tensão, no sorriso de pés e mãos atadas, na renúncia à hipocrisia, nas ideias cortadas aos pedaços. Não tive, não tenho conselhos para lhe dar. Acabaram-se os recursos. Apenas um pedido. Não deixes que a missão de quem nos quer apagar se cumpra. Esconde o interruptor. Vinga-te com a pior atitude que se pode ter para esses tais que: a vida preenchida. Espanca-os com ela. Com as pessoas que gostam de ti, com o jeito que tens para fazer o que fazes, com a generosidade que só acrescenta a esse jeito. Com o amor que recebes todos os dias, mesmo que seja um amor sem abraços, um amor sentido e partilhado à tua maneira. Humilha-os com o teu brilho que não precisa de se alimentar da falta de brilho dos outros. Quando nos perguntam se não temos ambições, dizemos que sim. A ambição do poder. O poder de nos pormos de pé quando nos fazem cair. É o único conselho que tenho para te dar. A ti e a mim…

quinta-feira, setembro 20, 2007

tenho uma amiga que voltou de férias. Tordesilhas, Bilbao, San Sebastián, Biarritz. Voltou. Chegou bem e qualquer dia pode sair-lhe alguma coisa neste querido blog a propósito das férias, dos espanhóis, dos pinchos, da bélha de Biarritz, da meia bifana no restaurante de camionistas, no bairro alto de san sebastían... e o que mais lhe aprouver. Agora não. Ela voltou de férias mas os neurónios ainda não. Perderam-se no caminho.

Tenho uma amiga que acabou de receber a notícia da possível saída de José Mourinho do Chelsea. Ela nem é de intrigas, mas uma vez que temos um seleccionador que passou de bestial a besta, e uma besta que dá murros a quem os quiser apanhar, lembrou-se que estamos a precisar de um bom mister, mas mesmo bom, daqueles mesmo mesmo bons, do tipo das gajas boas de Ermesinde, mas em gajo, treinador e de Setúbal. É só uma ideia. Tivesse pedido a demissão mais cedo e ainda ia parar ao Benfica. Olha que também não ficava nada mal, ele deve ficar bem de vermelho. Ele deve ficar bem de cor de rosinha. O José Mourinho está de novo no mercado. Será que essa disponibilidade diz respeito apenas ao mundo do futebol? Foi só outra ideia…

segunda-feira, setembro 10, 2007

You Belong in Amsterdam
A little old fashioned, a little modern - you're the best of both worlds. And so is Amsterdam.Whether you want to be a squatter graffiti artist or a great novelist, Amsterdam has all that you want in Europe (in one small city).
What'>http://www.blogthings.com/whateuropeancitydoyoubelonginquiz/">What European City Do You Belong In?

sexta-feira, setembro 07, 2007














Tenho uma amiga que é egoísta, umbiguista, egocêntrica, individualista e em vez de falar do que toda a gente fala hoje- a morte de Pavarotti, apetece-lhe mesmo é falar sobre esta noite, a dela, sozinha em casa, sem Joe Pesci como ameaça nem Macaulay Culkin como futuro agarrado-dependente. (e daí… ). Ninguém se esqueceu dela. Foi ela que quis esquecer o resto. De tudo o que não inclui o sofá desgastado cor-de-laranja, o laptop, os gatos, uma sangria de champanhe que vou-vos-contar, um pifo ou outro, os espargos verdes com salmão fumado e molho de maionese com cebolinho, os gatos, uma passagem por um livro de capa grossa, os gatos-sempre os gatos, uma televisão que não é egoísta e fala que se desunha sobre o tenor desaparecido, os pensamentos soltos e desajeitados, a vontade de muita coisa e inércia para muito mais, os planos para esta vida e a outra. O sushi que vai amar amanhã, a curiosidade, o mundo que talvez esteja demasiado preparado para ela. Apetece-se falar sobre as frases bonitas, bem arranjadas, que constrói na cabeça e um dia, se a memória não a trair como tem feito cada vez mais, as vai juntar todas, pôr-lhe uns anos de sabedoria em cima e vão virar um projecto. De quê? Não sabe. Sabe que tem que comprar mais livros e menos sapatos que esta vida são dois ou três dias, (não vamos falar do Carnaval de tanta azeiteirice que é) e o que calça não a leva longe, antes pelo contrario, rais parta aos saltos dos melhores sapatos, é que fico já aqui e não vou a lado nenhum.
Ai que tem que se ser tanta coisa e sendo-se tanta coisa, é-se afastado, temido, desconfiado, presumido, discriminado. Ser-se nada então é morte certa, nem vale a pena. Ser o quê então?

O bem parecido é fútil
O intelectual é chato
O popular-que-tem-amigos-em-todo-o-lado não é levado a sério ou, pior, é no fundo, cola.
O introspectivo é weirdo, sem amigos, patético, o bobo da corte.
O meigo é totó
O liberal é encornado
O possessivo é sufocante
O espertinho é irritante
O ambicioso é ganancioso
O que não é, não é grande coisa.
O deixa-andar é desleixado
O engraçado é ridículo
O que ri é histérico
O que não ri é maníaco-depressivo
O sarcástico é má pessoa
O criativo às vezes é excêntrico, outras apenas pensa que é criativo
O ingénuo é burro
O mentiroso é manipulador
O rei da festa é tonto
O que dá é mole
O que não dá é um egoísta de merda
O que guarda para si é somítico
O que partilha com o mundo é parvo
O que percebe de computadores é nerd
O que percebe de erguer e partir paredes é trolha e é de fugir.
O que não percebe de mulheres é homem
O que percebe de tudo e mais alguma coisa assim por alto é mulher.

Ser o quê então nos dias que passam?

Deus? Mas esse não existe.

“O único dever, ser moderno.” E assim foi ela. Deixou o homem à solta e ficou a ler, escrever e a apanhar pifos em casa. Feita independente. Feita Moderna. Sozinha em Casa.

quarta-feira, agosto 29, 2007

Jenny Owen Youngs - Fuck Was I

Tenho uma amiga que precisa de droga, muita droga. A ver se acalma. A ver ERVA na 2 e a ouvir Fuck Was I de Jenny Owen Youngs.

What the Fuck was I thinking?

If we werent such good friends I think that I'd hate you.
If we weren't such good friends I'd wish you were dead

Oh it's so embarrasing
I'm this awkward and uncomprable thing,
and I'm running out of places to hide

Tenho uma amiga que andou pela net à procura de blogs interessantes e descobriu alguns gay&lesbian. Percebeu que ou é um bocadinho homofóbica ou então os gays e lésbicas são mesmo obcecados pela condição que Deus lhes deu. Não haverá gays ou lésbicas que falem de política? Da silly season? Que falem de amizades? Dos fogos na Grécia? Da Maddie? Tudo anda à volta de paradas, fotos explícitas, 15 maneiras de sair do armário, montes de vénus, corpos esculturais, dissertações sobre opções/orientações, bares temáticos, locais temáticos, engates e posições. E é isto. E depois há outro problema. Quase se lhe vaza uma vista quando vê dois homens fofinhos a tocarem-se. E não percebe qual é a beleza de um monte de Vénus cheio de pêlo. Nem de um aparado pente 1. Nem de um totally shaved. Não vê qual a beleza erótica. Porque o dela é bem bonitinho, diz sem pudor. Depois passou os olhos por algumas fotografias. De homens. Vestidos. Homens que ela gosta. Não é um orgulho ser heterossexual. É tão natural como a sua sede.
Jude Law

Clive Owen
Mourinho
Kevin Spacey

Com homens assim... ser lésbica como???

P.S- Vladimir Putin acaba de ser condecorado com o título de ícone Gay. Nem de propósito.

sábado, agosto 18, 2007

Tenho uma amiga que está a passar por um Inverno fora de tempo.
A ouvir: The Fray "How to save a Life"
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O corpo sem força para continuar recusa-se viver. Faz a coisa que tem que fazer para que tudo acabe. Não respira, não quer respirar. E a mente, essa egoísta, não deixa que o corpo descanse de vez. Quer pensar, quer deprimir, quer autoflagelar-se, flagelo mental de não ser mais nada que um exercício de massa cerebral sem resultados práticos. E manda bombas para o corpo. Choques em pó pior que choques eléctricos, um dia nada aguenta mais e explode. Live fast, die hard. Antes o contrário. E o corpo lá acorda à força, persianas abertas de repente, e o corpo levanta-se e anda. Já respira, contrariado, mas que remédio o ventilador ventilan. Olham à volta, corpo e mente, e nenhuma conclusão. É continuar a ver.

“Se não tens nada agradável para dizer então não digas nada”. Percebi, finalmente, porque sou tão calada.

Para quê falar? As palavras traduzem o que pensamos ou traem-nos? Se não dizem exactamente o que pensamos porque se perdem no canal, por não haver palavras certas que traduzam a balbúrdia de ideias que nos vai cá dentro, então para quê falar? Então silêncio.

terça-feira, agosto 14, 2007

New Order - 1963

Tenho uma amiga que já morreu de amores por esta música.

Estado de espírito em estado de música

segunda-feira, agosto 13, 2007

Tenho uma amiga que tem muitas saudades de Dona Teresa, sua empregada. Percebeu agora que a ama verdadeiramente. E precisa dela. Percebeu que a vida não faz sentido sem Dona Teresa por perto. Pensa muito em Dona Teresa. Dona Teresa de aspirador ligado, Dona Teresa de janelas todas abertas e o pânico que os gatos fujam e se suicidem sem querer. Dona Teresa de bata azul, aberta, de soutien à mostra e pano no ombro. Dona Teresa a reclamar porque uma peça de roupa branca tingiu por culpa da minha amiga. Dona Teresa a perguntar “quando casa? Os vizinhos começam a fálár… dévia casar, menina”. Dona Teresa com medo de ser despedida num dia de TPM, fotografias rasgadas e malas à porta. Dona Teresa, pronta, a dar cabo das formigas e dos pêlos no ralo. Dona Teresa a mandar vir porque aquele chão não pode levar cera. Dona Teresa da roupa interior impecavelmente dobrada. Não vai mais de férias, não pode, não deve. Um quarto está já a ser decorado para a chegada da bebé, Dona Teresa. Um quartinho com amor, cor de laranja, diamantes de Angola e outros motivos africanos para que se sinta confortavelzinha. Isso e umas grades.
Tenho uma amiga que vai fazer um spot para televisão. Um anúncio a um banco. Qualquer ficção com a semelhança é puramente realidade.

“Quem sai de uma cidade como eu tem que se adaptar a muitas coisas novas, incluindo a língua. Eu, por exemplo, tive que aprender que

- cruzeta é cabide
- sapatilhas é ténis
- aloquete é cadeado
- estrugido é refogado
- foguete nas meias é malha nas meias.

E banco…

Banco? Banco é fácil!

Banco é… Ladrões!!!”

E é isto.

sexta-feira, agosto 03, 2007

Tenho uma amiga que qualquer dia é comparada ao Cesariny tal a loucura da escrita que a move. Ou se calhar não é comparada ao Cesariny, mas o surrealismo corre-lhe nas veias… ou isso ou estupidez, estou indecisa.

Ode ao Zarolho de meia vista

Tenho muita coisa a dizer e nada a declarar
O sol, esse vernáculo
Que vicia a pele e a libido
Esmoreceu à noite porque não aguenta
O raio da vida que tem.
Pobre do homem que não é cego
E vê tudo às claras
Noites em branco à força
Sorte da carne que é comida
Com vontade e fome e necessidade
E as mulheres de caras largas e queixos grandes
Que são fortes de princípios, meios e fins
Unhas que cravam os cheiros
Dos homens que já estão esquecidos
Ancas do tamanho de parir gémeos
Vidas alheias que são das nossas línguas
O veneno que sai dos dentes, impecáveis na forma
Podres na intenção e no ranger das palavras
A morte.
Porque tudo isto tem de acabar um dia
Tenho uma amiga que me enviou os seguintes recados:

… E Deus criou a TPM porque não suportava ver mulheres felizes e despreocupadas…
… E Deus criou a diarreia porque não suportava ver a classe das mulheres…
… E Deus criou as burocracias para dar o que fazer às pessoas chatas e desinteressantes…
… E Deus criou as putas porque tinha de haver alguém a interessar-se por Ele, mesmo que a troco de dinheiro.
… E Deus criou dias maus porque tem inveja de alguns pecados que os mortais cometem… e que sabem tãoooo beemm….
Tenho uma amiga que, numa breve reflexão sobre a qual classe social pertenceria, chegou à conclusão que pertence aos Novos Pobres. Cheios e ar no peito, com um nível cultural aceitável, emprego reconhecido, figura agradável à prova de mau gosto, bom português na língua mas sem dinheiro para mandar cantar um cego. Valha-me a Dorothy Parker para acalmar o espírito: “If you want to Know what God thinks of money just look at the people he gave it to.”

terça-feira, julho 24, 2007

Tenho uma amiga que andou a blogar (o que é blogar? “a palavra não foi encontrada”) por outras freguesias. Só que em vez de versão escrita foi falada, sentida, vivida, comida, desabrochada e vamos parar por aqui. Em resumo a minha amiga esteve de férias em Cabo Verde, apanhou sol e uma bactéria na ilha da Boavista, deixou um pratinho de massa à entrada do aeroporto, quentinho, acabado de sair do estômago… se correrem ainda lá deve estar. Também esteve na maratona de como-gastar-dinheiro-a-fazer-coisa-nenhuma e ganhou. Conseguiu pagar uma viagem inteirinha sem subsídio e conseguiu gastar o subsídio em duas semanas de Lisboa, trabalho e casa. Há coisas fantásticas, não há? A minha amiga desaparecida tem preferido amêijoas na praia ao fim da tarde a palavras na Internet. Tem preferido estar com os amigos a falar deles num blogue manhoso. Um almoço a três em vez de almoços regulares no restaurante aqui ao lado. Um fim de semana em frente a um seio de Clara Pinto Correira em vez de fins de semana em frente a uma televisão de doze polegadas sem direito a ser chamada de LCD. Quarenta horas em Serralves, tardes no terraço mais secreto de Lisboa, e muito trabalho para suportar esta vidinha… mais ou menos (como diria Nitinha). Este fim de semana um casamento… há pessoas que se metem nessas coisas. Este Verão muitos bebés… também há pessoas que se metem nestas coisas e depois não conseguem sair. E eu a passar de fininho a ver se saio ilesa…
Pode ser que a vida acalme, se torne desinteressante e eu volte a escrever... mais vezes.

segunda-feira, junho 11, 2007

E tenho uma amiga que foi ao Alive. E essa amiga conseguiu a proeza de chorar durante uma hora e meia durante o concerto de Smashing Pumpkins. Vá que não estava na primeira fila, nem era loira nem pensava que era a D’Arcy e por isso não ficou conhecida como aquela rapariguinha que, ou estava de mal com a vida ou já tinha estado ou pressentia que para estar mal iria faltar muito pouco tempo. Essa rapariguinha irritante que aparecia no ecrã reunia toda a tristeza ou melancolia ou saudosismo que existe na música dos Pumpkins e no corpo de, pelo menos, três pessoas que estavam naquele recinto, àquela hora. Três pessoas com histórias de vida diferentes que um dia se cruzaram. Uma dessas pessoas é a minha amiga. Outra é amiga da minha amiga. Outra não gosta que eu fale dela. Vou apenas dizer que tenho uma amiga que bateu as mesmas palmas ao som das mesmas músicas, mas agora, só agora as percebeu bem. Porque as palmas eram as mesmas, mas desta vez os braços abanavam ameaçando os primeiros sinais de flacidez, porque as músicas, as letras eram as mesmas mas nós estamos diferentes. Naquela noite éramos pessoas diferentes.

E NESTA FOI O DILÚVIO.

Time is never time at all
You can never ever leave without leaving a piece of youth
And our lives are forever changed
We will never be the same
The more you change the less you feel

Believe, believe in me, believe
Believe that life can change
That youre not stuck in vain
We're not the same,
we're different tonight
Tonight, so bright
Tonight

And you know you’re never sure
But you’re sure you could be right
If you held yourself up to the light
And the embers never fade in your city by the lake
The place where you were born

Believe, believe in me, believe
Believe in the resolute urgency of now
And if you believe there’s not a chance tonight
Tonight, so bright
Tonight

We'll crucify the insincere tonight
We'll make things right,
we'll feel it all tonight
We'll find a way to offer up the night tonight
The indescribable moments of your life tonight
The impossible is possible tonight
Believe in me as I believe in you,
tonight

E espero que a rapariguinha loira da primeira fila não queira ser como a D’Arcy em tudo… porque a baixista com mais pinta da história do Rock (ok, a Melissa também tem um ar engraçado) só não está de volta porque como a descreve Billy Corgan é “mean spirited drug addict”. O concerto teve uma ligação qualquer com o divino. Ai teve, teve.

sexta-feira, maio 18, 2007

Tenho uma amig aque adorava Smashing Pumpkins. Era a banda que a acompanhava na vida real e na de ficção, aquela que se passa na cabeça e só aí tem razão de ser.
Os Smahing Pumpkins que conheceu em cassete e que trouxe para Lisboa. A criança da capa de Siamese Dream que, de vez em quando, ainda lhe aparece nos sonhos.
Os Smashing Pumpkins das pessoas que ia gostando.
Os Smashing Pumpkins dos Especiais na rádio e dos trabalhos fora de horas.
Os Smashing Pumpkins dos momentos fortes e das fraquezas.
Os Smashing Pumpkins dos Coliseus e do escurinho dos camarotes.
Os Smashing Pumpkins de Billy Corgan e de um aperto de mão em tons satânicos e paralisia de movimentos.
O Smashing Pumpkins das viagens de carro.
Os Smashing Pumpkins das canções. E das frases certas: “The more you change the less you feel”, “The Impossible is Possible”, “Tomorrow is just an excuse away”, “You make it last forever, you…”
Tenho uma amiga que adorava Smashing Pumpkins e a banda acabou. Agora voltou, depois destes anos todos de convalescença. Não se brinca assim com os sentimentos das pessoas. Mas a minha amiga não tem personalidade. Eles estalaram os dedos e ela vai a correr… ver SMASHING PUMPKINS no Oeiras ALIVE, dia 9 de Junho. See ya there.

quarta-feira, maio 09, 2007

Tenho uma amiga que tem um namorado que é o maior. Dá bons conselhos, muito sensatos, que revelam uma maturidade acima da média. Senão analisemos. Como lidar com gente que nos consome os nervos diariamente? Conselho do mestre: “Sempre que falares com eles, imagina-os a cagar”. Façam isto. Resulta. De repente tornam-se pessoas muito engraçadas.

quarta-feira, maio 02, 2007

Tenho uma amiga que é minha prima e pelos vistos corre-nos no sangue mais do que apenas genes em comum. Oscar Wilde. Por isso roubo à descarada (porque em família estamos sempre à vontade para roubar à descarada) uma citação que está aqui também.

Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Escolho os meus amigos não pela pele nem outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito ou os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.Deles não quero resposta, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco!Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.Não quero só o ombro ou colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,
mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância e a outra metade velhice.Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto.
E velhos, para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
Nunca me esquecerei de que “normalidade” é uma ilusão estéril.

Oscar Wilde

terça-feira, maio 01, 2007

Tenho uma amiga que, com este post, chega ao número 69. Parabéns! Chegar ao 69 é sempre um marco importante na vida de alguém. Essa amiga não tem escrito muito. Têm acontecido coisas à volta dela, tem escrito muito de cabeça. Promete voltar fresca e com coisas positivas. Sobre ela e sobre as amigas que ficam lá sempre quando tudo à volta quer desmoronar. Que caia tudo de uma vez que nós tentamos ficar de fora a ver, como se de nós não se tratasse. 69! É um grande número e difícil. Requer talento e sincronismo. O número. Parabéns.

quinta-feira, abril 05, 2007

Tenho uma amiga que teria tanto jeito para ser rica!! Essa amiga teve uma visão do que poderia ser um futuro feliz para ela. Animais a correrem atrás de tudo e de nada enquanto apanha flores no primeiro orvalho da manhã (o primeiro orvalho que, para ela, seria ao meio-dia.). Três gatos a dormirem ao sol. Dois labradores, uma collie, um perdigueiro português, e outro mínimo daqueles que usam totós no cimo da cabeça e ladram fininho. Um macaco que gosta de bananas e gosta de ti. Todo este cenário numa casa perdida com vista para a lagoa. Pode ser uma lagoa qualquer desde que cheire bem, a terra molhada e a flores. Um homem que é o dela, de barba grisalha e casaco verde-tropa com capuz. O homem a preparar o barco a remos para ir pescar. O nevoeiro a levar o homem embora. Mas não por muito tempo. Uma sesta no jardim com todos os animais junto dela e o telemóvel a tocar. Que as gentes do campo e das casas das lagoas perdidas também têm telemóvel. O fim da tarde e o peixe acabado de pescar no barco a remos, pelo homem de barba grisalha que é o dela. Os banhos para começar a noite entre petiscos e abraços. Os amigos vão chegando. Trazem vinho, trazem queijo e a inveja saudável por não viverem na casa da lagoa. Trazem festa e festas para os cães, gatos e macaco que gosta de banana e gosta de ti. As conversas não perdem ritmo. Ela e o homem de barba grisalha que é o dela não se perdem de vista. Os amigos não perdem o peixe, grelhado, o melhor que já comeram. Às tantas perdem o tino, começa a música, começa o esquecimento. As horas não acabam. Acaba apenas esta visão do que poderia ser um futuro feliz. Tenho uma amiga que teria tanto jeito para ser rica.

sexta-feira, março 30, 2007

Tenho uma amiga que hoje está de ressaca. Mais de sono do que de álcool. Culpa da Mini Internacional Magazine. Culpa dos Cool Hipnoise, Vicious Five e Buraka Som Sistema que actuaram na festa. Culpa de ser cosmopolita e não querer perder Lisboa vista e sentida por quem interessa. Culpa de quem a convidou. Foi a primeira vez dela como RP. Não doeu. Neste tipo de experiências dói mais o dia seguinte. Será que foi uma one night stand?

quarta-feira, março 28, 2007

Tenho uma amiga que recusou trabalho no sábado à noite por causa do último episódio da novela “Tempo de Viver”. É uma pessoa doente, coitada. Mas já agora… Quem é o Tubarão?

segunda-feira, março 26, 2007

Tenho uma amiga que viu ontem a final dos Grandes Portugueses. Odete Santos ficou sem um dente. Saltou-lhe da boca logo do início. Isso sim é de ter medo e vergonha. Cuspir dentes na televisão é feio, muito feio. Ah! E o Salazar ganhou.

quinta-feira, março 22, 2007

Tenho uma amiga que esteve mesmo para assinar os posts como Alengirl. Mas depois pensou melhor e decidiu acrescentar um “l”. Allengirl é melhor. Atrai mais estrangeiros.

quarta-feira, março 21, 2007

Tenho uma amiga que andou por aí a ver questionários e estacionou a nave numa pergunta “Qual a primeira memória da infância?”. Há tantas… A amiga era uma criança muito faladora. A amiga criança não gostava de crianças. Falava com velhos, inventava histórias de vidas. Uma das memórias envolve uma tábua de passar a ferro e uma tia. Uma conversa. Uma criança de 4 anos. A amiga lembra-se de contar à tia que passava a ferro, coisas do quotidiano, do marido que lhe dava trabalhos, dos filhos que a consumiam. A tia ria-se a disfarçar. A criança de 4 anos, que era a amiga, percebeu perfeitamente o riso mas não percebeu o motivo do riso. Não percebeu porque é que a tia que passava a ferro se estava a rir de uma história tão seria e corriqueira. Não percebeu porque é que não se podia ter marido e filhos e vida feita aos 4 anos. E esta é uma das primeiras memórias de infância da amiga.

segunda-feira, março 19, 2007




Tenho uma amiga que veio de fim-de-semana. Já chegou. Chegou da Aldeia de S.Gregório. Chegou cheia de sol, vinho, queijo, javali, mais vinho e mais queijo. Piscina com rateiras, aka, cobras que comem ratos, mosquitos e outros bichos. Mas um grande fim-de-semana. Honra feita ao grande Quintanilha, um figurão do “Jet7 Rural”, que sempre que faz um negócio leva os clientes ao coma alcoólico. Sempre em Badajoz. Que lá é que se vive. Lá é que se bebe. Lá é que há espanholas lavadinhas que cheiram a gel de banho. O Quintanilha, que diz que Portugal é o país dos Tinhas (o meu avô tinha, o meu pai tinha, eu tinha… mas já não tenho nada). Que diz que um homem que bebe coca-cola não presta porque não liberta os fantasmas que tem lá dentro. Beber vinho liberta fantasmas e os homens de bons vinhos não beliscam as mulheres. Que diz que as mulheres são más e controlam e que tirou 57345348 fotografias para provar à sua “gorda” que esteve naquele jantar e não em Badajoz a fazer asneiras. O Quintanilha. Um Quintanilha em cada jantar e… sim, o coma é uma das possibilidades, mas a gargalhada é uma garantia. Muito Bom. Já agora, amigos que me estejam a ler, comecem a pensar num fim-de-semana com a Aldeia de S.Gregório só para nós… 434374234 garrafas de vinho, 32 pessoas, 12 casas 1 restaurante, 1 piscina com rateiras, 1 Quintanilha… para quando?

sexta-feira, março 16, 2007

Tenho uma amiga que vai passar o fim-de-semana a S. Gregório. Precisa deste carregar de baterias como quem precisa de… de quê?... de respirar praí. Não é Las Vegas, não é Miami, não é Londres, não é Bora Bora. Pronto, é S. Gregório. Pronto, vai haver cantares e quadras Alentejanas com artistas amadores da região, vai haver pequeno Discurso de Boas-Vindas por parte do Presidente da Região de Turismo de Évora, e até um percurso pedestre. Que haja. Não se riam. É Turismo de Habitação, ok???? (Fica bem melhor do que dizer que é Turismo dos Pobres). Depois conto. A amiga foi.

Tenho uma amiga que está mortinha mortinha por ver Factory Girl. Edie Sedgwick é musa de Andy Warhol. Sienna Miller é Edie, Guy Pierce é Andy, a decadência é tema.
Let´s look at the traila...


quinta-feira, março 15, 2007

Tenho uma amiga que não sabe se quer ter filhos. Pelo menos tem a certeza que, se os tiver, não serão planeados. Nunca irá dizer ‘bora fazer um filho, está mesmo a apetecer-me’. Não. Não vê com bons olhos a ideia do parto, para começar. Não acha o acto de dar à luz um milagre, é mais um atraso da ciência. A gravidez é muito bonita? Deixa marcas, faz engordar, faz varizes, e dói. Onde é que está a beleza que eu de repente não estou a ver? E depois? Dar de mamar. Fantástico. A criancinha ali a puxar leite, as mamas roxas, que maravilha. Como diz uma senhora, “a criança que vá mamar para o raio que a parta”. E há mais… O choro, as noites mal dormidas, o rabinho do bebé assado de tanto cocó e xixi. As horas certas, as quantidades certas, o pediatra certo, as roupinhas certas. Em vez de jantares, queijo e vinho… cólicas, papinhas e biberões. E demoram muito tempo a falar, outro defeito. Não se percebe nada do que dizem, grunhem e os crescidos a achar muita piada. Filho da minha amiga que começar a palrar e a babar ao mesmo tempo, leva na cara. Não há cá figurinhas tristes para outros aplaudirem. É preciso ter muita certeza na vida para ter um filho. Se uma relação não correr bem, há uma conversa que se tem e cada um vai à sua vida. Se uma relação de maternidade não corre bem, não se pode dizer à criança ‘temos que falar. Não és tu, sou eu.’ É um contrato vitalício. E a minha amiga ainda nem sequer assinou o contrato promessa.

terça-feira, março 13, 2007

Just Jack - Starz In Their Eyes

Tenho uma amiga in love por isto. Espero que gostem.

Tenho uma amiga que é mais ou menos famosa. Num restaurante da moda foi alguém ter com ela, "desculpe, posso fazer-lhe uma pergunta?" ela quase corada, "pronto, já me reconheceram, não se pode jantar à vontade", "pergunte lá". Pergunta: "Você não trabalha na loja da TMN de Almada?" Aahahaha. Famosa. Pois.

segunda-feira, março 12, 2007

Tenho uma amiga que saiu no sábado. A saída tinha tudo para dar certo. A saída teve tudo para dar errado. Não deu nem para um lado nem para outro. A festa era de dois amigos.
Logo à partida prometia...
Cheia de gente gira (mais as mulheres), bem disposta, um dj conhecido… principalmente na Margem Sul, vista para o rio, comida e bebida (isto sim importante num jantar de portugueses, mesmo que sejam portugueses com muito glamour e dietas de dois em dois meses).
Logo à chegada desconfiava-se...
Jantar volante ou ambulante ou lá o que é. Jantar em pé, tudo ao monte para tirar o melhor bocadinho de salmão (por acaso muito bom). Depois música aos berros. E conversar ao jantar, não? Não. Come e cala que a música não deixa ouvir ninguém. Quem tentou um diálogo, hoje teve estar afónico. Ou gritos ou ir lá para fora, falar ao relento. Estava concluída a primeira parte da noite de sábado.

Deve aqui acrescentar-se que, ao contrário da imagem que a minha amiga tinha de festas deste género, nada de muito espectacular aconteceu. Onde estão as festas dos anos 80 com orgias & cocaína? Estavam lá gentes da rádio, televisão, jornais, publicidade, música e até actores. (ok, 1 actor. Ok, mais ou menos actor). E nem um escândalozinho? Nem uma linha? Nem sequer bebedeira de fazer corar no dia seguinte? Nem sexo? Aliás, poucos fumadores, cambada de saudáveis. Já não se fazem festas como antigamente. Esta esfera de gente agora deu para ser certinha.

Adiante.

Passo seguinte: Jamaica. Que destino fantástico. Infelizmente trata-se do Jamaica no Cais do Sodré, não confundir. E infelizmente trata-se do Jamaica num sábado à noite. Ou seja, tentativa de esmagamento colectivo ao som de The Power Station- Some Like It Hot ou Aztec Camera. Por aí. Chegam a amiga e gajo da amiga. Vertigem da multidão. Saem amiga e gajo da amiga. Fica para outro dia. Um de semana que não sirva para esmagar ninguém numa pista de dança. O que se faz? Qual o bar mais próximo onde não se castigue ninguém com o suor alheio e falta de espaço para respirar? Um Irish. Há quanto tempo! Pergunta: o que é que aconteceu aos Irish Clubs nos últimos anos? Foram invadidos pelo Bob Sinclar e ninguém avisou? Também faltou avisar que um bar não é uma discoteca e o som deve estar “ligeiramente” mais baixo. Só ligeiramente. E há karaoke num Irish? A amiga e gajo riam de não acreditar. Num minuto vozes engrossadas pela bebida ou pela vida ou pelo tabaco ou por já terem nascido assim, cantavam We are the Champions e o Freddie a agonizar lá para onde Deus o quis mandar. Noutro, batidas frenéticas e o Bob Sinclar e tudo. World Hold On. É isso. Espera aí um bocadinho que a amiga vai ali e já vem. Long live a companhia que ajudou a rir da desgraça. Ah! E definitivamente, Long Live Bairro Alto.

sexta-feira, março 09, 2007

Tenho uma amiga que está a hibernar. Porque está tudo calmo lá na vida dela. Porque há muito muito tempo não se olha ao espelho com olhos inchados. Porque não há nenhum drama por perto para fazer. Porque os gatos acalmam um hiperactivo e um hiperactivo não consegue estar calmo. Porque não há queixas para fazer, só mesmo se olhar para dentro com um microscópio, e ela faz isso todos os dias, não vá haver uma bactéria, uma infecçãozinha, uma poeira galopante a varrer-lhe a tranquilidade- ela não se sente nada bem com tranquilidade, coitada. Se continuar em hibernação e as bactérias, infecçõezinhas e poeiras galopantes não aparecerem, vai partir a vida aos bocadinhos até fazer dos pedaços querelas, vai caminhar sobre os cacos e aleijar-se a sério. Será o fim da hibernação. Será o fim da quietação. Será o fim. Será isso que ela quer?

quarta-feira, março 07, 2007

Tenho um amiga que, ou porque entalou os dedos logo de manhã na porta da marquise (e ninguém entala os dedos na porta da marquise) ou porque acordou com os pés, só lhe apetece é bater nas pessoas. Não em todas. Mas naquelas pessoas que em dias normais tolera, suporta, permite que existam à volta e até que lhe dirijam palavras, todas juntinhas a formar frases, algumas delas tão irritantes de tão altivas, cheias de si, frases de peito inchado, frases ignorantes, frases que se acham mais do que o que são. Não há paciência para essas frases. E hoje não há mesmo paciência. A minha amiga decidiu por bem da comunidade, da situação profissional, e dela própria, despejar aqui toda a fúria. Neste momento tecla com toda a força, tecla com os dedos de manhã entalados a doer, tecla até ao fundo do teclado. Tecla às vezes na mesma letra dez vezes muito depressa, muito agressiva, e depois apaga o resultado dos nervos em franja e tenta dizer alguma coisa que faça sentido. Não está a ser fácil. Os nervos que as caras e as frases dessas pessoas lhe provocam, desfocam-lhe a vista e a capacidade de pensar. É revoltante resistir aos nervos e poupar esses seres. É revoltante valorizar os seres (“ser ou não ser, eis a questão”) e não os nervos. Esses nervos, tão reais, tão honestos, tão cheios de motivos e significados, tão sinceros mas nada exibicionistas, nada invejosos, nada mais do que aquilo que são. Ao contrário dos seres. E, no entanto, poupa-se os seres e engole-se os nervos.

terça-feira, março 06, 2007

Tenho uma amiga que ouviu dizer que o Cristiano Ronaldo vai escrever um livro. Ela quase teve acesso a uma página do livro e quase tem a certeza que vai ser assim:


“Olá, eu sou o Cristiano Ronaldo, namorei para a Merche e gosto de coração do Mister. Vim para o Manchester e fiquei. E agora vou sair para comprar pão, leite e um porsche. Lá na Madeira eu não tinha porsches. Tenho um corpo fixe, não achas? E não tenho barriga apesar de beber cerveja. Sou alto e magro. Eu sou o Cristiano Ronaldo e faço fintas na relva com os outros. Gosto muito de mulheres, mas respeito-as. Se elas só quiserem beijinhos, eu deixo. Agora já não me faltam dentes e eu fico contente com isso. Sou muito famoso e muito alto. Gosto muito da minha família e do meu Mister. Mas gosto mais do meu mister do que da minha família porque o meu Mister leva-me aos campeonatos e eu jogo futebol e a minha família não. Eu gostei da Merche porque ela até foi a única mulher que me percebeu bem e eu a ela. Mas o amor acabou e já não namoro para ela. Agora vou ali que estou à rasca.”
Tenho uma amiga que tem um blog que é famoso. Até já deu um programa de rádio. A minha amiga está emocionada. A minha amiga está parva. A minha amiga está aqui.

sexta-feira, março 02, 2007

Tenho uma amiga que não respeita regras mas respeita leis. E esta é mais uma Lei de Murphy. Encontrou-a no blog www.tangerinaemfuga.blogspot.com e chamou-a para este: “Qualquer esforço para se agarrar um objecto em queda, provoca mais destruição do que se o deixássemos cair naturalmente.”.

Nem mais.
Tenho uma amiga que perdeu um amor, tenho outra que perdeu a conta aos amores, e outra que perdeu a vergonha e já tem um novo amor. Tenho uma amiga que perdeu a vida de um irmão. Tenho uma amiga que perdeu a maternidade e com isso a vontade de ser mãe. Tenho uma amiga que perdeu o medo de estar bem. Outra que perdeu a pose. Tenho uma amiga que perdeu tempo e se esforçou por alguém que a trocou por outra que achou que não perdia nada em fazer um esforço na horizontal. Tenho uma amiga que perdeu dinheiro e um amigo. Fugiram juntos. O amigo e o dinheiro. Tenho uma amiga que perdeu um lugar que lhe pertencia mas, vai-se a ver, ganhou muito mais com a derrota. Tenho uma amiga que perdeu a paciência e às vezes quase a perde a vontade. Tenho uma amiga que não perdeu nada quando descobriu que “afinal havia outra”. Tenho uma amiga que perdeu o emprego. Tenho uma amiga que perdeu peso. Tenho outra que se perdeu. Nenhuma dessas amigas perdeu a força. Temos mulheres!

quinta-feira, março 01, 2007

Tenho uma amiga que ia ser mãe por estes dias…
Tenho uma amiga que às vezes sente que vive em dois pólos. E sem mais explicações, vive entre…


“É por tudo o que em nós corre que se vive e que se morre”- Sexto Sentido, Silence 4 com Sérgio Godinho

e...

"Estás tão cheiinha deves tomar a sopinha toda”- Deixa ferver, Gutto com Liliana.


E a alternativa é qual?

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Tenho uma amiga que é uma delegação. Uma delegação no Norte. Recebeu uma chave e quatrocentos euros para ser delegação. E foi. É. Eu bem sabia o que fazia com quatrocentos euros. Investia na delegação, claro.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Snow Patrol - Chasing Cars (from Grey's Anatomy)

Tenho uma amiga que morre aos bocadinhos quando ouve isto. Ou então sente-se viva.

Tenho uma amiga que não faz parte do pessoal que papa tudo o que é de Da Weasel só porque é Da Weasel. Até porque quer-me parecer que com esta musiquita nova, ou projecto de, eles querem passar um atestado de estupidez a todos os fãs. À minha amiga não, tá? Senão vejamos. O que é aquele refrão?

Uh Uh
Yeah, Yeah
Faz, faz
Bebé

Já para não falar que é copy/paste do Re-Tratamento (Faz-me rir e eu prometo que não te faço chorar/ Aquele nigga que lhe mete a rir rir …).

Estão a gozar?

E o ritmo? As palminhas? O deja vu? Vem-nos à memoria uma frase batida, hoje é o primeiro dia do resto da vida dos Da Weasel e se continuam assim… já podiam mostrar algum respeito e, pelo menos, disfarçar a formula.

Dialectos da Ternura cheira a velho. Ou então a Doninha.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Tenho uma amiga com um cérebro bombista-suicída. Saiam da frente. Não cheguem perto. Vai explodir...

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Tenho uma amiga que faz anos hoje e envio-lhe aqui o Parabém que merece. É um Parabém sincero de cumplicidade, para alguém que não preciso de ver todos os dias mas preciso de saber todos os dias que está bem. Que tem uma vida muito dela que não estende assim em troca de sorrisos nem festas no cabelo nem palavras terminadas em inho. É uma amiga de vírgulas, pontos finais e muitas interrogações. Poucos pontos de exclamação. É uma amiga-mãe. Tudo gira à volta do segundo umbigo dela. A Sofia. É uma amiga miúda para sempre que leva raspanetes da filha. É uma amiga que não gosta de vidinhas e fez um transplante de rock quando era muito nova. Continua lá dentro dela a funcionar como pode. É uma amiga dos livros, das palavras, dos anos passados, do presente, da rádio e do mundo… dela. Um grande Parabém a você VM.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Tenho uma amiga que tem uma ideia romântica, no mínimo, estranha. Senão vejam:


Você é... o verdadeiro amor em “Shrek”: Para si, uma relação é sinónimo de intimidade. A vários níveis, incluindo o de se deixar de preocupar com o soltar de gases em frente à outra pessoa. Às vezes têm-no como infantil, mas pelo menos é sempre você próprio e sabe-se sempre com o que contar.


segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Tenho uma amiga que me fez um desafio e porque gosto de desafios vou responder… sim, com alguma coisa relacionada com sexo. É ser previsível é assim mesmo.

O que estava a fazer há 10 anos atrás?
Há 10 anos estava a fazer pela vida que é como quem diz a entrar nesse mundo fantástico da rádio. Sim, há dez anos! Uma pessoa consegue envelhecer só de fazer estes cálculos. Estava também a baldar-me às aulas da faculdade certamente… no bar com a Cris a “micar” (porque eu sou do Porto) o agora-não-me-lembro-do-nome e a levar na cabeça do Elgar… sempre! A aturar um bronco e a esquecer um escalabitano.• Em grandes cavalgadas.

O que estava a fazer o ano passado?
Estava sob encantamento. E devia estar em grandes cavalgadas…


Cinco snacks que gosto:
Batatas fritas; Tapas; Chouriço assado naquela coisa de barro que tenho lá em casa; as tostas do À Margem; Francesinhas!!!


Cinco músicas cuja letra conheço de cor:

Black- Pearl Jam
Green Eyes- Coldplay
Wonderwall-Oasis
Muitas dos Smashing Pumpkins
Love Generation- Bob Sinclar (não me ia esquecer desta)


Cinco coisas que faria se fosse milionário:
1- Nada (só quem é milionário é que consegue fazer nada)
2- Tudo… o que quero. E eu sei ser caprichosa
3- Dar (e a minha veia generosa consegue ser inconsequente às vezes)
4- Contratar pessoas para fazer tudo o que não gosto. Subir as escadas da minha casa ao colo de um negão contratado iria ser muito mais fácil. Ah ok, mas sendo milionária se calhar não morava num 3º andar sem elevador… pois.
5- Desaparecer. Muitas vezes. Para destino incerto.

Cinco coisas que nunca voltaria a vestir/calçar:
-sapatos ortopédicos
-fato de treino cor-de-rosa daquele material muito piroso
-pijama por baixo das calças
- pele de animais. Jamais. Já de humanos… É sempre bom quando nos cobrimos de pele e carne humana… tanto, tanto que nem te digo.
- vestir a camisola por uma causa com a qual não me identifique (quem diz causa, diz… mas lá está: nunca digas nunca).


Cinco "brinquedos" favoritos:

- Portátil
- o vibrador. Mas aquele que não é preciso pilhas, que funciona a estímulos.
- o vibrador. Aquele das pilhas quando o dos estímulos está em baixo.
- o Ipod
- os meus gatos.

Pronto. Satisfeita, Nitinha? (simsoudonorte.blogspot.com; conversasdewc.blogspot.com)
Tenho uma amiga que não gosta que mandem palpites sobre a vida dela. Não gosta que enviem guide lines sobre como dar o próximo passo nem mesmo que critiquem passos que já deu. Não gosta quando num gesto de ternura e paciência lhe dão tempo para mudar. Não gosta que apontem o dedo por não viver segundo as normas dessas pessoas dos dedos apontados. Não gosta que achem ou deixem de achar que está a fazer mal qualquer coisa que faça, estará a fazê-lo à maneira dela e se é certa ou errada, logo verá com os próprios olhos ou sentirá com a própria pele. Não gosta de ter que fazer. Gosta de fazer o que quer, como quer, quando quer e porque quer. Sempre foi assim. Gosta de escolher a música, as amizades, as ideias e opiniões. Por vezes não escolhe bem as palavras que diz, que são quase sempre diferentes das que já disse na cabeça. Saem antes ou depois do tempo certo. Mas gosta de escolher estar sozinha ou acompanhada. Acompanhada por uma pessoa ou uma multidão. Gostou de ter escolhido a vida que tem. Gostou de ter escolhido estar onde está neste momento. Gostou de ter escolhido esperar, mudar, voltar atrás, ficar na mesma. Escolheu deixar, escolheu às vezes magoar, ignorar, escolheu seguir em frente. Escolheu dar voltas ao que estava escrito por não saber onde estava escrito. Dá as boas vindas aos que assim a aceitam. A vida dela sempre foi, é, e será gerida por ela. E os que ficaram sabem como é. E gostam que assim seja.
Só não escolheu ganhar o que ganha ao fim do mês! E logo isso que condiciona tantas escolhas que tem por fazer…
Tenho uma amiga que respeita muito a posição do Não no referendo, só não percebe como é que algumas das pessoas que fazem parte dos Movimentos Não conhecem bem a realidade e fingem tanto. Mulheres que já decidiram interromper uma gravidez, médicos que fazem dessa interrupção uma forma de vida livre de impostos e de consciência. É natural que estes médicos sejam pelo Não, bem vistas as coisas. E apesar de toda a hipocrisia nada lhes acontece. Porque no fundo os valores estão todos na consciência. Uns têm, outros não.

(Post escrito antes do resultado do referendo. Já estou como o Bloco de Esquerda. Bem vindos ao Sec. XXI)

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Tenho uma amiga que está de férias. Ou em retiro. Ou em pause. Ou em estado vegetativo. Ou a pensar. Conclusões um dia partilhadas. Mas não agora. Que o tempo concedido pelo hotel para utilização do wi-fi está a terminar.

Deixo a última frase de Lobo Antunes que tanto me fez lembrar em domingos que todos já passámos: " Um destes domingos que é quando passeio pela casa a odiar-te". É verdade, é sempre aos domingos".

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Tenho uma amiga com quem às vezes lembro conversas que tínhamos sobre como seria a nossa vida em adulta. Desde casar com lixeiros porque traziam muita coisa para casa, a saber, restos de comidinha que era só aquecer, frigoríficos e torradeiras-que-era-só-arranjar-o-cabo-da-electricidade-e-estava-boa, a imaginação era fértil...de parvoíces. Hoje estamos nos vinte e muitos (ela nos trinta) eu solteira, ela separada, sem filhos mas com alguns cadilhos. Não há lixeiros nem frigoríficos da sucata. Há um engenheiro que é ex-marido e um jornalista. E electrodomésticos comprados na Worten.Há casas próprias. Há carreira, mestrado,situações profissionais bem conseguidas. Não fazemos limpezas ao sábado com lenços e rolos na cabeça, pelo contrário, fazemos festas e brindes ao futuro. Não usamos saia travada nem casacos de caxemira, nem cinta, nem pêlo de vison. Sou contra as peles, sou contra saias e mentes travadas, sou quase contra o casamento, sou contra vidinhas planeadas e certinhas, sou contra o tempo a correr. Que eu e a minha amiga queremos continuar a pensar que temos muito tempo para escolher o nosso lixeiro e a olhar para as boutiques e dizer “um dia vamos vestir assim”.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Tenho um amigo de talento! No cabaz desses talentos também se encontra a modéstia quando diz que só desenha capas e apanha aviões. É mentira!!! Vai ser ele a desenhar a capa do meu livro, já agora muito provavelmente a escrevê-lo que o senhor também tem jeito com as palavras e não só com rabiscos. Por enquanto vou roendo-me de inveja de um tal de Manuel Jorge Marmelo que teve a sorte de ver a capa do seu Aonde o Vento me levar assinada pelo meu amigo. Não se faz!
Quem tiver curiosidade de entrar no mundinho poliglota do meu amigo de infância é favor ler este diálogo msn-ico até ao fim. Vale a pena por ele. O que me chama sempre Miss...

(a troca de palavras tem uns meses já, foi durante O MÊS E MEIO…)


Nuno@Workin'type diz:
diga-me só se anda bem de si mesma.

Nuno@Workin'type diz:
ande diga…

Something inside me and I know its good (tenhoumamigaque.blogspot.com) diz:
sim, bem melhor de mim... até já me aturo em dias de chuva

Nuno@Workin'type diz:
bellissimo

Nuno@Workin'type diz:
a menina é nova e fresca…

Something inside me and I know its good (tenhoumamigaque.blogspot.com) diz:
a menina é linda e sabe o que não quer. E o menino?

Something inside me and I know its good (tenhoumamigaque.blogspot.com) diz:
anda bem com os seus botões?

Nuno@Workin'type diz:
sim sim

Nuno@Workin'type diz:
o menino anda óptimo e a carregar nos botões perfeitos

Nuno@Workin'type diz:
by the way

Nuno@Workin'type diz:
nice blog

Something inside me and I know its good (tenhoumamigaque.blogspot.com) diz:
andas bendo o meu blogue?

Nuno@Workin'type diz:
si in a regular basis

Nuno@Workin'type diz:
tenho de o linkar no meu

Something inside me and I know its good (tenhoumamigaque.blogspot.com) diz:
qual é o teu?

Nuno@Workin'type diz:
wait...

Nuno@Workin'type diz:
está meio futbolo-maricas

Nuno@Workin'type diz:
mas está aí

Nuno@Workin'type diz:
http://catalunyaatlarge.blogspot.com/


É ir lá... agora!

terça-feira, janeiro 23, 2007


Tenho uma amiga que adora o Jude law. Eu que sou mais racional e não vou em tretas de carinhas larocas (ahahahahah) não acho o senhor o melhor actor do planeta. Fica é muito bem no ecrã. Fica assim bonitinho, enquadrado, com boa luz, enfim vocês sabem. Ficou muito bem no Talentoso Mr. Ripley, no Alfie, no Cold Mountain, ficou tão bem como totó nervoso-cabrão no Closer, e no mais recente O Amor não tira férias (o filme dói de previsível). Agora vem Assalto e Intromissão. Lá vai minha amiga de baba pronta sem grande expectativa intelectual. Eis senão quando lê críticas positivas dos senhores que falam mal dos filmes que os mortais gostam de ver. A amiga está baralhada e vai ver este filme com o Jude Law, pela primeira vez, com baba, olhos e cérebro.

quarta-feira, janeiro 17, 2007




The Serpentine. Hyde Park.

Hoje vou postar de maneira diferente. Porque gosto demasiado disto. Porque como diz o José Carlos Malato "já fui muito feliz aqui". E porque este espaço nunca tinha recebido fotografias tão íntimas, vamos ver como se aguenta com tanta intimidade...

Which Rock Chick Are You?
Tenho uma amiga que é a Bjork. Estou cheia de sorte. Já tenho casa de férias na Islândia.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Tenho uma amiga que está como o pano da paixão (sempre gostei desta expressão). Estamos no fim do mundo. A minha avó que eu nunca conheci sempre disse e eu nunca ouvi porque não era nascida: estamos no fim do mundo. E tinha razão. Esta manhã uma notícia chocou profundamente as demais: ”Homem apalpa mulheres em Sines”. Olhem que isto! E as mulheres de Vila Nova de Milfontes? E as de Alcácer do Sal? E as de Odemira? E as de Grândola Vila Morena que até é terra de fraternidade e nem um apalpãozinho no rabo, nada mesmo?! “Quatorze agressões registadas em dois meses”. Em dois meses o autor das carícias teria mais do que tempo para visitar as mulheres de localidades vizinhas. Não. Ficou em Sines, mãos entregues aos corpos desconhecidos de uma qualquer trabalhadora de refinaria. Gosto refinado, mãos afoitas, as senhoras deviam era agradecer. Há quanto tempo não sentiam o desejo de um homem? Que só quis tocar-lhes mais fundo. Só quis um pouco mais de carinho, carninha e pronto. Chatas das mulheres podiam ficar caladas e não encher de inveja as carnes das mulheres de Santiago do Cacém, Stº. André; S. Torpes e por aí fora. A mesquinhice das mulheres enerva-me! E a discriminação dos homens entristece-me! Só as de Sines porquê?!

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Tenho uma amiga que é menina da Meteorologia e tem um mapa nas costas com tudo o que é preciso saber. Na verdade está tudo verde e ela aponta na mesma. Tão esperta.

Céu geralmente muito nublado.Aguaceiros fracos nas regiões do Sul, estendendo-se gradualmenteàs restantes regiões.Vento fraco (inferior a 15 km/h).Neblina ou nevoeiro, dissipando-se ao longo da manhã.
ESTADO DO MAR
Costa Ocidental: Ondas de noroeste com 1,5 a 2 m.Temperatura da água do mar: 14-16ºC.Costa Sul: Ondas de sul inferiores a 1 m.Temperatura da água do mar: 16-17ºC
TEMPERATURAS MÁXIMAS PREVISTAS:
PORTO - 12ºC
LISBOA - 14ºC
FARO - 16ºC

Nova Iorque: Máxima de 12º. Estão 5º agora

Londres: 10º máxima. Estão 8º. Nuvens

Tóquio: 11 º Máxima. Estão 8º. Sol.

Beirute: Estão 17º. Sol.

Adelaide (Austrália): Estão 32º

Puerto Suarez (Bolívia): Estão 24º: sol: uma máxima de 30º mas com tempestades. Não compensa.

Acrescento eu que neste momento pelo mundo haverá muitas depressões e frentes frias… que magoam. E o meu sistema sinóptico também anda por aí. Porque sim. Porque sou mulher. E como odeio ser mulher nestes dias.
P.S.- Estavam à espera que falasse das boas abertas não era???? Tarados!

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Tenho uma amiga que está num momento de o que é e o que devia ser, entre o on e o off, entre o bom e a realidade, entre as memórias e o presente… Sem mais explicações e agradecendo que só alguns percebam o objectivo deste post…

OFF:

I'm spinning Oh, I'm spinning
How quick the sun can, drop away...
And now my bitter hands
Cradle broken glass
Of what was everything
All the pictures had
All been washed in black
Tattooed everything
All the love gone bad
Turned my world to black
Tattooed all I see

ON:

Dá-me lo que quiero
Rakata, Rakata
Papi dá-me lo que quiero…

'Dassse!!! Já estou como o outro “à espera do comboio na paragem do autocarro”.

Foi um desabafo.
Tenho uma amiga que não gosta mesmo nada de carneirada. Quem diz carneirada diz rebanho, enxame, matilha, 1,2,3 macaquinho chinês. Ser socialmente ou moralmente obrigada a seguir um grupo em tudo o que o grupo decide fazer. Ai é tão giro almoçar, dormir a sesta, brincar às casinhas, sentar à beirinha do passeio, misturar alhos e bogalhos e pirralhos tudo no mesmo dia-a-dia. Deve ser giro, mas não para a minha amiga que gosta de contar os carneirinhos um a um e gosta de o fazer sozinha. Ou sem o grupo todo a adivinhar a cor e forma dos carneirinhos e macaquinhos que tem no sótão. “Vamos lá aprender a fazer coisas sozinhos, tipo, pensar ou mesmo comer uma sandes de bifana com alface (para ser saudável)” diz ela e bem. Diz ela e disse Friedrich Nietzsche “Não nos enganemos: os fortes aspiram a separar-se e os fracos a unir-se;” e ainda “Todos os doentes aspiram instintivamente a organizar-se em rebanhos”. Pois, é isto. Ser independente de pessoas e grupos é mesmo um privilégio dos fortes! Fora as carneiradas, os rebanhos, cardumes, quadrilhas, 1,2,3 macaquinho chinês, a Mãe-Manda e outros jogos de reverência e uniões de fragilidades.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Tenho uma amiga que vai casar. Em conversa com ela cheguei à conclusão que não percebo nada do assunto. Senti isso quando, na altura de me mostrar o anel de noivado, lhe disse que a mim me daria muito mais jeito um portátil. Pelo esgar entendi tudo. Não havia entrelinhas, era muito óbvio. Sou ignorante em matéria de casamento. “Mas não por muito tempo”, pensei. Não, não vou casar. Mas já recebi um portátil. Foi o meu pai que ofereceu, o caso é grave portanto. Seja. Entretanto divirto-me a trabalhar para as minhas amigas. Andei a pesquisar sobre o assunto. E descobri muita coisa. Descobri, por exemplo, a razão para o aumento de 90% dos divórcios em Portugal. É que esta gente esquece-se de passar o bolo pela aliança e comê-lo. Quanto a mim muito pouco higiénico mas diz que dá sorte ao casal. E livrem-se de deixar cair a aliança… mau sinal… anda aí muita aliança aos trambolhões nas cerimónias… Mais coisas que descobri:

“Depois do anel de noivado, segue-se a aliança, o símbolo mais antigo do casamento. Pode ser um simples anel de ouro ou um anel mais embelezado por diamantes ou, ainda, assumir formas menos clássicas. Porém, a aliança é reconhecida no mundo inteiro como símbolo de união. A sua forma circular evoca a eternidade do amor e o ouro amarelo é sinal de sentimentos nobres. “A aliança é simbolicamente o preço da virgindade”.

Lá está. Preço da Virgindade? Onde é que isso já vai… Ouro Amarelo? Não gosto. Eternidade do Amor? Espécie em vias de extinção. E agora?

“Não há noiva sem um ramo de flores, já que estas simbolizam a vida, o crescimento, a fertilidade, e afastam os maus espíritos.”

E se a noiva tiver asma e não ser nada conveniente o contacto com flores? Como é que se resolve o assunto? Umas leguminosas não podem fazer o mesmo efeito? Uma mulher deixa de ser fértil se não puder levar flores?

“É hábito, no fim da cerimónia, a noiva lançar o ramo às raparigas solteiras, substituindo a antiga liga da noiva, o talismã que todos desejavam arrancar.”

Um recado para a minha amiga que vai casar: LIGA, LIGA, LIGA!

“Para que tudo dê certo, o noivo não pode ver a noiva com o vestido antes da cerimónia do casamento. Esta estranha tradição recua até um tempo primitivo, no qual ninguém podia ver a noiva antes de ela integrar o grupo das mulheres casadas. Muitas noivas, em diferentes culturas, ainda escondem a face por detrás de um véu, o qual simboliza a virgindade, a modéstia, a inocência e a virtude.”

A mulher que seja portadora de todas estas características em simultâneo que fale agora ou se cale para sempre. Por isso é que nós casamos cada vez menos. E cada vez menos seguimos este protocolo. Somos é mais honestas!

“Também o vestido de noiva é branco, o que significa pureza e castidade. Mas as noivas já se vestiram de outras cores, entre elas o vermelho (simbolizava o sangue novo e a energia necessária para perpetuar a família; ainda hoje, as noivas chinesas vestem-se desta cor porque, na China antiga, o vermelho significava o amor e a alegria), o verde ou o preto (por exemplo, a noiva tradicional do Minho). Apenas no século XIX, a realeza europeia adoptou o vestido branco em definitivo. A moda terá sido iniciada com o casamento, em 1840, da rainha Vitória de Inglaterra com o seu primo, o príncipe Alberto.”

A porca da Rainha! A comer o primo e ainda por cima tem a lata de ir de branco.

“A rainha também deu início à tradição romântica do casamento por amor.”

Mas há uma tradição do casamento por amor?

“Outra tradição é a noiva usar uma coisa velha, uma coisa nova, uma coisa emprestada e uma coisa azul. Ou, para rimar em inglês: “Something old, some-thing new, something borrowed and something blue.” Quer isto dizer que o velho simboliza o passado e a continuidade; o novo significa optimismo, a esperança e a vida futura; o emprestado significa a felicidade que deverá ser partilhada por um casal já casado“ e o azul simboliza fidelidade, amor eterno e pureza.”


Fidelidade? Amor eterno mais uma vez? Pois, parece-me que a cor azul anda esgotada… Já agora leva uma coisa roubada, outra estragada, outra morta, uma cara, uma barata, uma de cada cor, uma grande e uma menos. Uma como deve ser, uma assim e outra assado. Coisas nunca são demais. E têm significado.

“O arroz que se lança aos noivos é um dos ritos mais antigos e é símbolo de vida, fertilidade e abundância”.

Não! O arroz que se atira aos noivos é um cereal e dói! Ai de alguém que me atire arroz para cima seja em que circunstância for. Principalmente se eu não casar.

“…e, nessa altura, anuncia-se o corte do bolo de noiva.A tradição do bolo nupcial começou na Roma Antiga. Depois da cerimónia, despedaçava-se um bolo de frutas, cereais, amêndoas e mel sobre a cabeça da noiva, como símbolo da fertilidade que se esperava e para dar boa sorte. Os convidados consideravam que as migalhas que se espalhavam davam sorte a quem as recolhesse e comesse, e também asseguravam a felicidade da noiva.”

Gosto especialmente da parte de se despedaçar bocados de bolo na cabeça da noiva e comer-se depois. Viva a badalhoquice.

“Dizia-se que, quando uma mulher solteira colocava um pedaço de bolo de noiva debaixo da almofada, sonhava com o futuro marido.”

Sonha-se com o futuro marido mas dorme-se com formigas

“Outras superstições dizem que se a noiva chega a chorar à cerimónia, chorará menos depois do casamento.”

Já diz o ditado «quem chora…»


Havia tanto para dizer ainda! Mas estas são as superstições que mais gosto e também as que me motivam mais para continuar no clube das solteiras por mais algum tempo. Até porque já tenho o portátil. E agora?

Post dedicado a RR e a todas as amigas que vão casar e as que nem por isso. Pesquisa feita na revista MAXIMA.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Tenho uma amiga que se lembra ainda de algumas coisas de 2006. Verão. Ou perto do fim. Polo Vermelho. Bilhete de ida e volta da praia. Vidros Abertos. Portagem à vista. Nós. Gajas. E a melhor do ano num auto rádio a fugir para o antigo. "Does That Make Me Crazy?"

I remember when, I remember, I remember when I lost my mind,
There was something so pleasant about that place...
Even your emotions had an echo in so much space.
And when you're out there,without care, Yeah,
I was out of touch.
But it wasn't because I didn't know enough: I just knew too much
Does that make me crazy?
Does that make me crazy?
Does that make me crazy? Possibly (or Probably)
And I hope that you are having the time of your life,
But think twice, that's my only advice.
Come on now
who do you, who do you, who do you, who do you Think you are,
ha ha ha, bless your soul,
You really think you're in control!
Well, I think you're crazy...
I think you're crazy...
I think you're crazy...
Just like me.
My heroes had the heart to lose their lives out on a limb,
And all I remember is thinkin'
I wanna be like them.
Ever since I was little,
ever since I was little it looked like fun,
And there's no coincidence
I've come, And I can die when I'm done.
But maybe I'm crazy?
Maybe you're crazy?
Maybe we're crazy?
Probably!
Porque nem tudo foi mau. Cinco estrelinhas para Crazy de Gnarls Barkley.
Façam o favor de não dizer o "G" em Gnarls e de ser felizes!
Tenho uma amiga que é muito diferente de mim mas que eu adoro! Que cai redonda numa festa onde não conhece ninguém. Que faz 90 amigos em dez minutos. Que se deixa pegar pelo Pegões, mas a culpa da queda continua a não ser do vinho mas sim da tijoleira manhosa. Que não gosta mesmo nada de homens perversos com taras nojentas como pedir que lhes puxe o cabelo- freaks! Que acha que um menino de gravata parece mesmo boa pessoa (até pode ser mas a questão aqui é que ele, na verdade, quer comê-la!). Que se sente suja por estar com outro homem porque é casada (não é, ou melhor é apenas no papel porque o porco do ex-marido trocou-a assim só para variar e está nesta altura com uma estagiária que não só partilha com o pulha do amante o ser-se suíno como tem ar de porca mesmo, uns anos mais nova que ela.) Que fica toda indignada comigo e meu respectivo gajo por lhe emprestarmos a chave de casa just in case... que somos "uns tarados" e só pensamos em sexo. Que acha que "greg" é um bar ou discoteca!! Que até gostou de fumar Marlboro porque maus mesmo "são aqueles cigarros, os vinil" (há quem diga ventil, mas ela é que sabe). É dessa amiga que sinto orgulho nas primeiras horas de 2007 quando espero choradeira desesperada e recebo um sorriso e um abraço. Quero mais dessa minha amiga. Mais vezes, quero dizer.
P.S- continuamos a dizer que tens duas casas à disposição em Lisboa. Just in case...