segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Tenho uma amiga que não gosta que mandem palpites sobre a vida dela. Não gosta que enviem guide lines sobre como dar o próximo passo nem mesmo que critiquem passos que já deu. Não gosta quando num gesto de ternura e paciência lhe dão tempo para mudar. Não gosta que apontem o dedo por não viver segundo as normas dessas pessoas dos dedos apontados. Não gosta que achem ou deixem de achar que está a fazer mal qualquer coisa que faça, estará a fazê-lo à maneira dela e se é certa ou errada, logo verá com os próprios olhos ou sentirá com a própria pele. Não gosta de ter que fazer. Gosta de fazer o que quer, como quer, quando quer e porque quer. Sempre foi assim. Gosta de escolher a música, as amizades, as ideias e opiniões. Por vezes não escolhe bem as palavras que diz, que são quase sempre diferentes das que já disse na cabeça. Saem antes ou depois do tempo certo. Mas gosta de escolher estar sozinha ou acompanhada. Acompanhada por uma pessoa ou uma multidão. Gostou de ter escolhido a vida que tem. Gostou de ter escolhido estar onde está neste momento. Gostou de ter escolhido esperar, mudar, voltar atrás, ficar na mesma. Escolheu deixar, escolheu às vezes magoar, ignorar, escolheu seguir em frente. Escolheu dar voltas ao que estava escrito por não saber onde estava escrito. Dá as boas vindas aos que assim a aceitam. A vida dela sempre foi, é, e será gerida por ela. E os que ficaram sabem como é. E gostam que assim seja.
Só não escolheu ganhar o que ganha ao fim do mês! E logo isso que condiciona tantas escolhas que tem por fazer…

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