segunda-feira, outubro 27, 2008
sábado, outubro 25, 2008
Tenho uma amiga que foi ver Lemonheads. Tenho uma amiga que foi ver Lemonheads e bebeu sumo de laranja. Há coisas que mudam. Como mudam os cabelos, agora inexistentes, dos que freneticamente os abanavam ao som de It’s a Shame about Ray. Muda a roupa. A t-shirt lavada no programa errado da máquina dá lugar à camisinha azul sem vincos. A barriga que agora traz toda a dedicação de uma mulher em casa ou dos bifes com mostarda gordurosa para os já divorciados. Giro foi ver pais de família, carecas nostálgicos, barrigudos orgulhosos, machos convictos aos saltos e aos gritos “Please Don’t Break My Big Gay Heart”! A minha amiga esteve ontem com o povo dela. Os trintões. E está bem melhor do que eles… Está bem melhor do que Evan Dando que não lava o cabelo desde 1993. Só lá vai com corte, pente 2. Mas foi bom recordar… Nas vésperas do primeiro dia do futuro incerto. Que venha ele… que venha depressa!
buy some time and come back for it
before long
before it's gone
patience is like bread I say
I ran out of that yesterday
it's about time
it's about time
(The Lemonheads)
buy some time and come back for it
before long
before it's gone
patience is like bread I say
I ran out of that yesterday
it's about time
it's about time
(The Lemonheads)
quarta-feira, outubro 22, 2008
Tenho uma amiga que recebeu uma carta de amor em tempo de guerra. O ser amado fez-se soldado e foi para a guerra. Uma guerra interior, que seja, numa cidade longínqua. Foi há 3 meses e volta esta semana para descanso do guerreiro. Mas volta só um bocadinho. Quando as pessoas se juntam fazem logo planos, traçam linhas, programam os próximos passos. Apresentar aos amigos, passar o primeiro fim-de-semana juntos, calcular o número de vezes que se devem ver durante a semana, apresentar à família, adoptar um animal de estimação juntos, as primeiras férias, viver juntos ou não, ter filhos ou não. A minha amiga e seu soldadinho de chumbo têm apenas um objectivo desde que se “juntaram”: o reencontro. O próximo passo desta relação é sempre e unicamente o reencontro. Nada mais. E vem aí mais um. Não se sabe quanto tempo vão aguentar o turbilhão das despedidas, a angústia da espera, a expectativa do regresso. Mas não vai mudar o prefixo do “-zinho” tão cedo. Não vai deixar de ser a picola tão cedo. Não pode, não quer. Tenho uma amiga que está a contar os dias. Para falar baixinho. Para andar de autocarro sem ter lugar, apenas um braço a segurá-la. (E nunca se sentiu tão segura.). Para estar calma e dizer parvoíces. Para o que estiver para vir. Para lembrar que durante a vida vamos brincando com bonequinhas russas até encontrar a mais pequena. A mais pequena é a minha amiga. A mais pequena sou eu, agora sim. A picola. Do seu soldadinho de chumbo.
terça-feira, outubro 21, 2008
Tenho uma amiga que é uma miúda esperta. Sempre a tive em boa conta por isso. Envolve-se apenas como deve ser e com quem deve ser. No timing certo, à velocidade certa, com a postura certa. Entre o altivo e o quase doce. Ou entre quatro paredes. Não sei bem. Sei que eles vão ficando sem lhe dar muito trabalho, sem dramas, sem facas nem alguidares, sem medos. Ela vai ficando também. Porque sim, porque ali está bem, porque vale a pena. Ou então não se envolve, ou então não fica. A miúda não é burra de todo. Passa ao lado dos don Juan da vida a fazer caretas. Não gosta deles, acha-os previsíveis e maçadores. Acha-os uma perda de tempo. E ela não gosta de perder. Muito menos o tempo. Não vou aqui discutir níveis de inteligência, mas da emocional quase podia apostar que tem de sobra. Quando vê alguém a fazer de casca de banana no chão, rodeia, contorna, salta por cima, não pisa, não corre o risco. Sabe ver onde está o perigo e, porque não é mesmo nada parva, foge enquanto é tempo. Sim, foge enquanto é tempo. Foge enquanto é tempo… Foge enquanto é tempo!
domingo, outubro 12, 2008
Tenho uma amiga que voltou atrás. Tenho outra que está a pensar e gostava de voltar atrás. Tenho um amigo que volta sempre atrás. Tenho uma amiga que está a andar para a frente. Tenho outra amiga que não sabe o que tem pela frente. Tenho uma amiga que tem medo de olhar de frente...para o espelho. Tenho uma amiga que não se importa com o que tem. Tenho outra que não acredita no casamento... nem em botox. Mas está aqui para todas as anteriores. Porque a vida é um príncipe e um sapato perdido...mas não exactamente como no conto infantil. Normalmente a historia acaba com a vontade de atirar um sapato perdido à cabeça do príncipe. Das amigas não se fala nesses contos. Não é preciso. Elas estão lá... nas entrelinhas das melhores histórias de encantar...
domingo, outubro 05, 2008
Tenho uma amiga que foi ao Porto. E sentiu orgulho em ser portuense. Portuense das ruas de Cedofeita. Do Piolho de sempre. Das noites na Rua Galeria de Paris, um bairro alto com pessoas de bom aspecto. Portuense do Café Lusitano e do Armazém do Chá. Das entradas do restaurante Bibó Porto. Do festival "Se esta rua fosse minha" promovido pelo Plano B. Da Rua Miguel Bombarda... no Artes em Partes, nas lojas de roupa, nas galerias, num centro comercial onde não vão as famílias do Colombo ao domingo. Comprou uma jóia da Crica (o que foi? é uma marca), encontrou amigos de Universidade, comprou óculos com defeito, salivou na Vertigo (www.vertigo-store.com). Vale a pena ser do Porto. Se esta cidade fosse minha trazia-a para mais perto de Lisboa.
Imagens que ficam...
Imagens que ficam...
À venda na Vertigo. Obrigada ao clã Azevedo
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