sexta-feira, janeiro 12, 2007

Tenho uma amiga que não gosta mesmo nada de carneirada. Quem diz carneirada diz rebanho, enxame, matilha, 1,2,3 macaquinho chinês. Ser socialmente ou moralmente obrigada a seguir um grupo em tudo o que o grupo decide fazer. Ai é tão giro almoçar, dormir a sesta, brincar às casinhas, sentar à beirinha do passeio, misturar alhos e bogalhos e pirralhos tudo no mesmo dia-a-dia. Deve ser giro, mas não para a minha amiga que gosta de contar os carneirinhos um a um e gosta de o fazer sozinha. Ou sem o grupo todo a adivinhar a cor e forma dos carneirinhos e macaquinhos que tem no sótão. “Vamos lá aprender a fazer coisas sozinhos, tipo, pensar ou mesmo comer uma sandes de bifana com alface (para ser saudável)” diz ela e bem. Diz ela e disse Friedrich Nietzsche “Não nos enganemos: os fortes aspiram a separar-se e os fracos a unir-se;” e ainda “Todos os doentes aspiram instintivamente a organizar-se em rebanhos”. Pois, é isto. Ser independente de pessoas e grupos é mesmo um privilégio dos fortes! Fora as carneiradas, os rebanhos, cardumes, quadrilhas, 1,2,3 macaquinho chinês, a Mãe-Manda e outros jogos de reverência e uniões de fragilidades.

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